| 02/10/2005 19h38min
Gravações entregues a integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos revelam que o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, orientava os depoimentos de testemunhas do caso Celso Daniel. O ex-prefeito de Santo André (SP) foi assassinado em janeiro de 2002.
Segundo reportagem publicada hoje do jornal Correio Braziliense, Carvalho, então secretário de Governo de Santo André, mantinha reuniões com as testemunhas antes dos depoimentos. O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), hoje deputado federal, participava dos encontros. Carvalho também trocou vários telefonemas com Ivone de Santana, namorada de Daniel.
A escuta telefônica foi feita pela Polícia Federal (PF) com autorização da Justiça. Contudo, as gravações já foram consideradas ilegais pela Justiça pois o pedido da polícia foi feito alegando investigação sobre tráfico.
João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado, sustenta que Carvalho teria feito parte de um esquema ilegal de arrecadação de recursos para o PT. Segundo João Francisco, Carvalho teria afirmado, ainda no velório de Celso, que recebera R$ 1,2 milhão em doações de empresários. O dinheiro teria sido levado por ele para o então presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP).
O chefe de gabinete de Lula negou todas as acusações em depoimento na CPI dos Bingos no último dia 15. Procurado na última sexta, Carvalho disse que reconhecia os diálogos transcritos pela perícia da PF, mas negou ter participado de uma conversa em que é acertada a entrega de dinheiro vivo. Afirmou ainda que uma perícia poderá comprovar que ele não é um dos autores desse diálogo.
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