| 20/09/2005 21h51min
O doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho Barcelona, confirmou hoje ter feito uma operação de R$ 7 milhões para o PT, acusando o doleiro Dario Messer de ser o principal operador de câmbio do partido.
Em seu depoimento às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) dos Correios, do Mensalão e dos Bingos, Barcelona aproveitou para acusar o deputado José Mentor (PT-SP), relator da CPI do Banestado, de ter tramado contra ele, ao adiar o seu depoimento.
– Ele sabia que eu tinha colaborado na campanha de 2002. Devia estar com medo de que aparecesse algum problema ligado ao PT – disse ele.
Barcelona afirmou que houve uma armação política de Mentor, dizendo ter sido impedido pelo deputado de depor na CPI do Banestado porque poderia vir a expor as operações feitas pelo PT não só com ele, mas com Messer também:
– Era para eu ter sido convocado a prestar depoimento. O maior prejuízo foi meu. Foi eu não ter sido
convocado.
O temor do PT em relação ao depoimento de
Barcelona na CPI do Banestado não se referia apenas à operação feita em 2002, segundo o doleiro. Para ele, outra preocupação era que viessem a público as operações feitas com recursos recebidos da prefeitura de Santo André, oriundos das empresas de transportes urbanos da cidade.
Presente ao depoimento, Mentor afirmou que Barcelona se equivocou ao dizer que impediu sua ida à CPI do Banestado:
– Fui eu o autor do requerimento para convocar o senhor. Havia muito doleiro para ser investigado. Por isso, reduzimos numa proposta debatida à exaustão na CPI os depoimentos entre seis a oito doleiros – afirmou.
Mentor disse que, quando houve a oportunidade, a CPI enviou um oficio convocando Barcelona para depor. O ofício foi respondido pelo advogado de Barcelona, que teria afirmado que seu cliente não poderia comparecer.
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