| 06/09/2005 18h48min
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que o presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG) não será protegido, caso as investigações comprovem as denúncias de envolvimento dele com o empresário Marcos Valério de Souza nas eleições de 1998. Na ocasião, Valério teria realizado repasses para políticos ligados à coligação de Azeredo, então candidato ao governo de Minas Gerais.
– Eu não estava protegendo o Azeredo – disse Serraglio, em referência à ausência do presidente do PSDB da lista de 18 parlamentares citados no relatório parcial das CPIs dos Correios e do mensalão.
Serraglio disse que fez um ponto de corte e que aparecer sobre a participação do senador Eduardo Azeredo no esquema de Marcos Valério, poderá ser citado em um outro relatório parcial. Segundo o relator, foi o próprio Valério quem informou que teria atuado na campanha de Azeredo.
O empresário Marcos Valério afirmou em depoimento na CPI da Compra de Votos que considera similares as operações de financiamento de campanhas eleitorais nas quais esteve envolvido em 1998 e em 2004. Na primeira, admitiu ter repassado recursos por meio de caixa 2 para o então candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, Eduardo Azeredo. Quanto à segunda, ele disse ter atuado em conjunto com o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Marcos Valério entregou à CPI a lista das pessoas que receberam recursos durante a campanha de 1998. De acordo com o empresário, a mesma lista foi entregue hoje à Procuradoria Geral da República.
Serraglio informou ainda que o primeiro relatório parcial da CPI ainda não foi entregue à Corregedoria da Câmara. De acordo com ele, como o relatório foi feito em conjunto com a CPI da Compra de Votos, ainda falta a assinatura do presidente daquela comissão, o senador Amir Lando (PMDB-RO). A intenção, segundo Serraglio, é entregar hoje o documento que cita 18 deputados federais, além do ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL), por quebra de decoro parlamentar
As irregularidades praticadas pelos deputados seriam o financiamento irregular de campanha, utilização de diretorias de estatais para arrecadação financeira e suspeita de recebimento de dinheiro em troca de apoio ao governo federal.
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