| 25/08/2005 22h32min
O ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho afirmou ao Ministério Público não ser o "petequeiro" definido pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
A propina de R$ 3 mil flagrada em gravação, que detonou a crise no governo Luiz Inácio Lula da Silva e motivou o apelido dado por Jefferson, é apenas uma amostra de uma série.
O pagamento de propinas, de acordo com Marinho, era corrente desde 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Um dos principais pagadores seria o empresário Arthur Wascheck Neto, apontado como responsável pela gravação em vídeo, e as empresas Polycart, Incomir, ELC/Starlok e Multiforma. Somente entre setembro de 2004 e abril de 2005, ele disse ter recebido R$ 20 mil. Os repasses seriam extensivos a seus superiores, de acordo com Marinho.
O funcionário dos Correios afirmou, na série de 10 depoimentos prestados ao Ministério Público entre 29 de junho e 19 de julho, que parte dos recursos que recebia, especialmente de Wascheck, referiam-se a "agrados". Outra parte referia-se a um percentual do faturamento médio trimestral das empresas que prestavam serviço aos Correios.
De acordo com Marinho, os pagamentos feitos por essas empresas eram feitos sem a presença de testemunhas e que os empresários pediam a ele, em troca, "empenho na promoção da venda de seus produtos".
Apontado como responsável pela contratação de material e pessoas para fazer a gravação, Wascheck disse, em depoimento à CPI no dia 23 de junho, que nunca havia pago propina e afirmou que Marinho obtinha vantagens econômicas na execução dos contratos firmados com a empresa. O empresário argumentou que a decisão de fazer a gravação teve como motivação as dificuldades que estaria enfrentando para vencer licitações por interferência de Marinho.
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