| 04/08/2005 01h14min
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-MS), considerou que o depoimento da diretora financeira da empresa SMPB, Simone Vasconcelos, na comissão ratificou o depoimento prestado à Polícia Federal.
Segundo Delcidio, a CPI vai agora cruzar as informações de Simone com depoimentos anteriores, como o do empresário Marcos Valério, sócio da SMP&B e acusado de ser o operador do "mensalão".
A comissão também vai analisar as duas listas, encaminhadas nesta quarta-feira à CPI, com os nomes das pessoas que sacaram dinheiro supostamente emprestado ao PT pela SMPB. As listagens – uma assinada por Marcos Valério e outra por sua diretora financeira – totalizam cerca de R$ 63,6 milhões.
A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) alertou que os valores das duas listas não batem com o montante da relação encaminhada pelo Banco Rural à CPI. Segundo a parlamentar, de acordo com informações do banco, o volume de recursos sacados é maior.
A diretora financeira explicou à senadora que nem todos os pagamentos eram feitos com recibo, porque algumas pessoas não queriam ser identificadas. Por isso, podem não constar da lista. Esse foi, de acordo com Simone, o caso do ex-líder do PMDB na Câmara, deputado José Borba (PR), que não quis se identificar na hora do saque, assinando o recibo, o que foi feito pela própria diretora. Para o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), não há dúvidas de que os saques são muito maiores do que os divulgados pelas duas listas.
À CPMI, Simone Vasconcelos disse ainda que a SMPB presta serviços publicitários aos governos de Minas Gerais e do Distrito Federal, aos Correios, à Câmara dos Deputados, à Câmara Legislativa do DF e ao Ministério do Esporte. Ela não soube dizer, porém, se houve custeio de campanha para o governo do DF.
As informações são da Agência Câmara.
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