| 09/07/2005 20h24min
O ministro da Educação, Tarso Genro, é o novo presidente do PT. O nome dele foi aprovado na noite deste sábado, em votação do Diretório Nacional do partido. Foram 52 votos a favor, nenhum contra e 21 abstenções. Ele vai substituir José Genoino que, enfraquecido por ter seu nome envolvido nas denúncias sobre o esquema do mensalão, deixou o cargo na tarde deste sábado.
Segundo o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ), a escolha foi "previamente acertada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva". O deputado acrescentou que Tarso deixará o Ministério da Educação, mas não informou quando isso ocorrerá.
Dois ex-ministros vão integrar a nova direção do PT: Ricardo Berzoini, que será substituído no Ministério do Trabalho pelo sindicalista Luiz Marinho, é o novo secretário-geral do PT; e Humberto Costa, que deixou o Ministério da Saúde, assume a secretaria de comunicação do partido. O novo tesoureiro é o deputado federal José Pimentel (CE).
Em discurso após ter sido eleito, Tarso disse que fará uma auditoria nas contas do partido e reconheceu que a dívida do PT, de aproximadamente R$ 20 milhões, é alta. O novo presidente nacional da legenda já elencou três prioridades para o processo de reestruturação.
– Vamos pactuar uma relação com as diferentes forças políticas que integram o partido, fazer uma profunda avaliação dos problemas que implicaram o desgaste do PT e restabelecer a relação com nossa base social – declarou.
Tarso afirmou que a crise vivida até agora pelo PT é inerente a todos os partidos que chegam ao poder.
– Todos que chegam ao poder sofreram algum tipo de transformação. A transformação que sofremos foi um pouco dura porque sempre fomos os guardiões da moralidade pública – disse o dirigente petista.
O ministro disse sempre ter sido contra esse tipo de postura, por entender que outros partidos também se colocam na defesa da ética na política.
– Foi um duro aprendizado, mas acredito que não será difícil nos recuperarmos – afirmou.
Segundo reportagem exibida na Globonews TV, o minsitro da Educação, que está sendo escolhido para um mandato tampão, também defende o adiamento do processo eleitoral do PT para o primeiro trimestre do ano que vem. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo partido.
Gaúcho de São Borja, Tarso é advogado especializado em direito trabalhista. Ingressou na política em 1968, quando elegeu-se vereador de Santa Maria (RS) pelo então Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1988, foi eleito vice-prefeito de Porto Alegre pela Frente Popular, ocupando também o cargo de secretário de Governo. No final de 1989 até 1990, exerceu o mandato de deputado federal pelo PT. Foi prefeito de Porto Alegre entre 1993 e 1996 e reelegeu-se prefeito em 2001, cargo que deixou para disputar o governo estadual gaúcho em 2002, quando perdeu a disputa para Germano Rigotto (PMDB). Antes de assumir a pasta de Educação, em 2004, Tarso foi secretário do chamado “Conselhão”, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Com informações da Rádio Gaúcha, Agência O Globo, Agência Brasil e site do Partido dos Trabalhadores.
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