| 08/07/2005 17h15min
A linha de investigação adotada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI ) mista dos Correios revela que a oposição, apesar de ser minoritária, está controlando os trabalhos da comissão. Os depoimentos e a maioria dos dados que foram requisitados pela CPI estão voltados para investigar o pagamento de mensalão para parlamentares e para esquadrinhar o empresário Marcos Valério de Souza e suas ligações com a direção do PT.
A corrupção nos Correios foi deixada de lado até o momento, numa evidência de que a luta política prevalece no andamento dos trabalhos. A oposição está dando o tom não apenas da CPI, mas também nos trabalhos do Conselho de Ética da Câmara. Isso está ocorrendo pela força da opinião pública, que exige a apuração dos fatos, mas principalmente por causa da desarticulação interna do PT e deste com seus aliados.
Acompanhando os depoimentos na CPI Mista e no Conselho de Ética observa-se claramente que os petistas não têm uma atuação articulada entre si e sequer há uma ação comum planejada nos interrogatórios, o que pode ser uma demonstração da falta de confiança entre os integrantes da base governista.
Além da falta de iniciativa, os líderes do governo e do PT enfrentam uma dificuldade adicional com a instalação da CPI do Mensalão na próxima terça-feira. Os petistas terão de administrar o temor dos aliados de serem duplamente penalizados na CPI do Mensalão por causa da inclusão da suposta compra de votos para aprovar a emenda da reeleição no governo Fernando Henrique.
A situação é tão delicada que os petistas chegaram à conclusão de que não poderão indicar os nomes dos integrantes se aliados e a oposição não o fizerem. Uma postura unilateral poderia fazer os aliados concluírem que o PT está disposto a sacrificar os aliados para atingir a oposição.
As informações são da agência O Globo.
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