| 29/06/2005 18h40min
A bancada parlamentar do PMDB aceitou nesta quarta o "pacto de governabilidade" proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ampliar a participação do partido no governo. A decisão foi anunciada com um documento assinado por 19 dos 23 senadores e 52 dos 85 deputados do PMDB.
Lula decidiu estreitar as relações com o partido para garantir "a governabilidade" diante das sérias denúncias de corrupção envolvendo o PT.
No entanto, o PMDB ainda está dividido diante do convite de Lula, e a maioria dos líderes regionais e governadores do partido se recusam a aceitar esse acordo, principalmente quando falta um ano para as eleições presidenciais.
– Isto é um jogo de xadrez – disse aos jornalistas o senador Ney Suassuna (PMDB) sobre as pressões internas para entrar ou não no governo.
De acordo com a proposta de Lula, o PMDB teria quatro ou cinco ministérios, com um peso menor do PT no gabinete.
Segundo alguns analistas, essas manobras permitiriam o governo ganhar o apoio parlamentar do PMDB e se distanciar do PT, acusado de ter subornado parlamentares com um "mensalão" nos dois primeiros anos do mandato de Lula.
O presidente do PMDB no Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, que deve se candidatar à presidência no ano que vem, é o mais forte crítico à aliança do partido com o governo.
Por outro lado, o senador José Sarney é o mais entusiasmado defensor do pacto com o governo. Ao entregar a Lula o documento dos parlamentares do PMDB, Sarney disse a jornalistas que "o importante é que a grande maioria da bancada apóia o pacto".
O documento basicamente impõe a Lula seis condições para a aceitar o "pacto de governabilidade". Entre as exigências, o PMDB quer a incorporação de pelo menos quatro ministros do partido, a participação da bancada na elaboração de políticas públicas e uma divisão de responsabilidades entre o governo e o Congresso.
Além disso, o documento exige uma profunda investigação de todas as denúncias de corrupção, esforços para que a situação política volte ao normal e a manutenção do atual modelo econômico, alvo dos protestos da esquerda.
Segundo fontes políticas, este acordo dos parlamentares do PMDB abriu as portas para a reforma ministerial de Lula, e com isso resta apenas definir os nomes de ministros que sairão do governo e os substitutos.
As informações são da EFE.
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