| 30/11/2005 12h54min
O coordenador do grupo de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fabio Giambiagi, disse que a crise política teve um impacto negativo maior do que o esperado no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. O PIB caiu 1,2% em relação ao trimestre anterior. Segundo ele, as turbulências no governo nos últimos três meses podem ter inibido as decisões de investimentos pesados.
– Pelo lado da demanda, claramente o vilão da história foi o investimento. A política monetária já vinha atuando como um freio e já se sabia que a crise política teria algum efeito, mas não se sabia a magnitude – afirma.
A Formação Bruta de Capital Fixo saiu de uma alta de 4% no segundo trimestre para uma queda de 2,1% no terceiro.
Pelo lado da oferta, diz Giambiagi, tiveram resultado pior do que o esperado a indústria de transformação e o agronegócio, cujo comportamento carrega certa dose de imprevisibilidade.
Para o quarto trimestre, Fabio Giambiagi afirma que é esperada uma dissipação dos efeitos negativos dos juros altos, agora em trajetória de queda, e do choque inicial da crise política. O economista diz que houve um ajuste de estoques no terceiro trimestre, com uma redução da produção. Mas ressalta que a manutenção de um ritmo de vendas razoável deve voltar a demandar produção.
A previsão oficial do Ipea do PIB para o quarto trimestre e para o resultado consolidado de 2005 serão divulgados na terça.
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