| 28/11/2005 01h56min
BLUMENAU - O 13º salário ainda não entrou na conta corrente da professora Claudionete Tillmann, mas a finalidade do recurso já está definida: pagar contas atrasadas. Ela aguarda com ansiedade o rendimento extra para regularizar os pagamentos e dormir com mais tranqüilidade. Assim como Claudionete, vários blumenauenses e 58% dos brasileiros deverão destinar o 13º - que começa a entrar a partir de quarta-feira - para quitar dívidas, segundo uma pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
- Estou bastante preocupada e só vou relaxar depois do dia 1º de dezembro, quando receber o 13º. Sem este dinheiro ficaria difícil pagar tudo e ficar com as contas em dia - comenta.
Em Blumenau, o gerente da agência do Garcia do Banco do Brasil, José Nilton Pinto da Silva, observa a mesma tendência nacional:
- Dos 3 mil correntistas que temos na agência, pelo menos metade deles têm empréstimos. E destes,
50% devem usar o 13º para pagar saldos
de dívidas já contraídas ou adiantar o pagamento de parcelas.
De acordo com o gerente, muitas pessoas aproveitam para quitar as dívidas com o salário extra, com o objetivo de receber crédito e fazer novos empréstimos. A expectativa da gerente de relacionamento da Agência Centro da Caixa Econômica Federal, Mauricéia Schweitzer, é de que 45% dos mais de 5 mil clientes do local usem o 13º para liquidar ou amortizar dívidas. Para ela, os primeiros débitos que deverão ser pagos são o cheque especial e os cartões de crédito, pois apresentam juros altos. Mauricéia lembra que as pessoas já estão tão acostumadas a contar com o salário extra para o pagamento de contas em atraso que muitos clientes não conseguem esperar até o final de novembro para receber:
- A procura pelo adiantamento do 13º começa com força já em setembro.
Em contrapartida, a gerente observa que os clientes poupadores também aproveitam o último mês do ano para engordar a conta poupança
ou para fazer investimentos. Segundo
ela, em dezembro a movimentação nestes sentidos aumenta 35% em relação aos outros meses do ano. Levantamentos do Banco Central feitos em 2004 confirmam a tese de Mauricéia. Em outubro do ano passado, o volume de depósitos na caderneta de poupança foi de R$ 587 milhões, em novembro R$ 1,7 bilhão e em dezembro saltou para R$ 4,34 bilhões.
( carolina.ziliotto@santa.com.br
)
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