| 26/02/2002 07h26min
A aproximação do PT com o PL dividiu a executiva do PT, que se reuniu nessa segunda-feira, dia 25, na sede nacional da sigla, em São Paulo. Por nove votos a seis e duas abstenções, ficou decidido que uma eventual aliança com o PL só será discutida pelo diretório no dia 24 de março, depois das prévias da legenda, marcadas para o dia 17.
A decisão de não debater a aliança neste momento fez com que setores mais à esquerda do PT deixassem a reunião antes do término. Foi o caso da senadora Heloísa Helena (AL), da corrente Democracia Socialista (DS).
– É uma aberração da executiva impedir que o debate sobre a aliança aconteça antes das prévias. Isso mostra o pior, mostra que estão se curvando à medíocre matemática eleitoral. É vergonhoso – declarou a senadora.
A crise no partido acirrou-se depois que o senador José Alencar (PL-MG), mais cotado para vice na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva, ter declarado ser favorável à manutenção de Armínio Fraga à frente do Banco Central (BC) e ser contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para Heloísa, o PT não ganha ao se aliar ao PL.
– O PL não traz nenhuma vantagem ao PT. O que está havendo é um erro – disse.
Ela acrescentou que se o PT fechar com o PL se tornará um partido “igual aos outros”. O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), afirmou que a aliança com o partido de Alencar não foi discutida nessa reunião porque, no encontro nacional do partido, em dezembro, ficou determinado que as questões de alianças seriam debatidas no diretório nacional e não na executiva.
– Fizemos o que foi determinado no encontro. Não tem nenhum sentido aprovar ou não agora as alianças porque os outros partidos ainda não se decidiram. Isso é assunto para maio ou junho – afirmou Dirceu.
Ele garantiu que o PT só fará alianças se houver um acordo em torno do futuro programa de governo.
– Não vamos abrir mão de nenhuma de nossas bandeiras fundamentais – disse.
Sobre as declarações de Alencar, Dirceu limitou-se a dizer:
– O senador pode ter a opinião dele.
Lula disse nesta segunda que voltará a crescer nas pesquisas quando os diretórios regionais do partido definirem oficialmente os seus candidatos aos Estados.
– Vamos fazer programas eleitorais ligados às candidaturas dos governos estaduais – disse Lula, em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador.
No domingo, dia 24, uma pesquisa do Instituto Datafolha revelou que o pré-candidato petista caiu de 30% para 26% e está tecnicamente empatado em primeiro lugar com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), que tem 23%.
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