Emergência em SC | 29/11/2008 11h29min
O Comando Geral de Operações Aéreas da Defesa Civil (COADC) no aeroporto de Navegantes realizou, na sexta-feira, 103 missões com 19 aeronaves para resgate de vítimas, transporte de feridos e de mantimentos e medicamentos. Em mais de 77 horas de vôo, o Comando resgatou 136 pessoas, principalmente do Morro do Baú, região na qual as operações foram suspensas até liberação da Defesa Civil, devido às condições de risco que a área se encontra.
O comandante-geral do COADC, tenente-coronel Milton Kern Pinto, afirma que as aeronaves de grande porte terão uma área maior para estacionamento a partir deste sábado. Isso se dará, principalmente, porque aviões da Força Aérea Brasileira começarão a transportar partes da estrutura do Hospital de Campanha a ser instalado na BR-101, trevo de Itajaí e Ilhota.
O tenente-coronel Kern informa ainda que os acessos terrestres para Ilhota e Luis Alves já foram liberados e, portanto, o transporte de mantimentos e medicamentos será realizado por
caminhões e carretas.
Morro do Baú
As operações de resgate, busca e entrega de mantimentos foram suspensas na tarde de sexta-feira pela Defesa Civil no complexo do Baú, depois de três deslizamentos. Após decisão conjunta com o Corpo de Bombeiros Militares e a Força Nacional, o Morro do Baú passou a ser considerada uma área de risco e nenhuma equipe técnica poderá atuar no local até liberação da Defesa Civil.
Segundo o tenente Carvalho, da Defesa Civil paulista e que acompanha a vistoria dos geólogos, geógrafos e geotécnicos dos Institutos de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Geológico, ambos de São Paulo, a explicação para tantos desmoronamentos de terra na região é o grande volume de chuva do último final de semana.
—Houve escorregamentos em diversas áreas e o boato de que a explosão de um tubo de gás natural na região poderia provoca-los não procede. Um gasoduto não poderia gerar abalo suficiente para tantos deslizamentos
ainda mais em locais separados — explica o tenente.
O geólogo do IPT, Marcelo Gramani, salienta que a ocupação nestas encostas se deu após as enchentes de 1983 na região do Alto Vale do Itajaí.
— Na década de 80, estas pessoas moravam nas várzeas. Após as enchentes, foram procurar moradia nos morros — destaca.
Ilhota, que abrange a região do Morro do Baú, é o município que contabiliza o maior número de mortes, com 37 óbitos. Às 10h30min deste sábado, a Defesa Civil registra 109 óbitos e 78.707 desalojados e desabrigados, sendo 27.410 desabrigados e 51.297 desalojados. São 19 desaparecidos confirmados e mais de 1,5 milhão de afetados.
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