| 16/10/2008 17h01min
Alessandro Nuccorini, técnico da Itália, discutiu com o porta-voz da Fifa, Andreas Werz, durante a coletiva de imprensa após o jogo contra a Espanha pela segunda semifinal do Mundial de Futsal, no Maracanãzinho. Os espanhóis venceram por 3 a 2 com um gol marcado no último segundo da prorrogação. As imagens reproduzidas no telão do ginásio mostraram que o cronômetro zerou antes de a bola entrar.
Werz explicou que, segundo o regulamento da competição, as provas de vídeo não são consideradas.
– As regras proíbem que o vídeo seja revisado. Isto vale para o futebol e para o futsal. A decisão já está tomada. A Fifa só permite este tipo de análise quando o árbitro não vê algum lance dentro de campo. Somente faltas, agressões longe da bola e casos especiais – disse.
Irritado, o italiano subiu o tom da voz, chamou a atitude da Fifa de "escandalosa" e disse que esta era uma situação especial.
– É escandaloso! É uma vergonha! É um caso especial. A Fifa fechou os dois olhos e lavou as mãos. É muito mais fácil jogar a responsabilidade no árbitro – disse.
Para o técnico, o destino do Mundial foi decidido pelo erro de arbitragem, que acabou com um trabalho de quatro anos da seleção italiana.
– A partida se encerrou quando a bola tocou a trave. O cronômetro parou e a sirene tocou. Incrível como a Fifa não tomou nenhuma medida, perdendo assim sua credibilidade. Os representantes da Fifa lavaram as mãos. Envergonharam-se, mas não se pode fazer mais nada agora. Bastava ao juiz deixar a partida ir aos pênaltis. A Espanha também seria perfeitamente capaz de vencer nas cobranças.
O treinador ainda reclamou da saída de quadra dos árbitros após o lance. Sobre isso, Werz explicou que a atitude foi tomada porque eles consideraram a partida encerrada. No entanto, não soube dizer o motivo do seu retorno à quadra após cerca de 15 minutos. A partida ainda teve um último lance, no qual a Itália só teve tempo para sair com a bola.
O fixo brasileiro naturalizado italiano Grana era um dos mais revoltados com a decisão dos árbitros. O jogador disse que ficou sem palavras.
– É impossível armar um contra-ataque em quatro segundos. E a arbitragem ainda errou no lance. Não tenho palavras – disse ele.
Grana se mostrou revoltado com a escalação de árbitros de países sem ligas de expressão. O trio foi formado por Antonio Álvarez (Cuba), Elix Peralta (Panamá) e Nurdin Bukuev (Quirguistão).
— São árbitros de países que nem sei se têm futsal. Não estão preparados para trabalhar em uma semifinal de Mundial – desabafou.
Matéria atualizada às 23h39min do dia 17/10/2008.
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