Grande nome dos 100m rasos da classe T11, o brasileiro radicado em Joinville (SC), Lucas Prado, confirmou o favoritismo e faturou nesta terça-feira a medalha de ouro nos Jogos Paraolímpicos de Pequim.

Ele cravou o tempo de 11s03, o novo recorde mundial da prova, e ficou muito próximo de se tornar o primeiro para-atleta a correr abaixo dos 10s.

— Treinei o ano todo para isso. Esta aí a primeira medalha de ouro no atletismo — afirmou o atleta, que também é um dos favoritos para os 200m e 400m rasos. 

Prado corre com o guia Justino Barbosa, atleta da Fundação Municipal de Esportes de Joinville. O velocista tem 23 anos e perdeu a visão há cinco anos, quando trabalhava em um banco e teve descolamento de retina.

O brasileiro superou com tranqüilidade o tempo de 11s35 anotado pelo segundo colocado, o angolano José Armando. O francês Tresor Makunda marcou 11s46 e terminou a prova em terceiro lugar.

Mais medalhas de Joinville no atletismo

Também nos 100m, na classe T11, só que no naipe feminino, Teresinha Guilhermina ficou com a prata e Ádria Rocha Santos ganhou o bronze. A festa de Teresinha e Ádria só não foi maior porque a chinesa Wu Chunmiao deixou as atletas brasileiras para trás e cruzou a linha de chegada em primeiro, marcando um novo recorde paraolímpico com o tempo de 12s31. As duas atletas também treinam em Joinville, com Lucas Prado.

Terezinha, atual recordista mundial, largou mal e se desequilibrou no início da prova, mas conseguiu se recuperar e chegar na segunda colocação com a marca de 12s40. Ádria Santos fez o tempo de 13s07.

— Eu perdi para mim mesma, mas essa prata vai ser uma motivação a mais para as outras provas que eu vou disputar: os 200m e 400m. Vou treinar bastante para isso — disse Terezinha, que também é a recordista mundial na prova dos 400m.

Os três atletas são treinados pelo técnico Amauri Veríssimo. Os treinos são realizados na pista da Univille. Teresinha Guilhermina integra a equipe de atletismo da Associação Joinvilense para a Integração do Deficiente Visual (Ajidevi).

Lucas e Ádria não são filiados, mas também moram e treinam na cidade. Todos viajaram a Pequim como favoritos em suas provas. Os três e o técnico Amauri apostam em mais medalhas no Estádio Ninho de Pássaro. Elas devem vir nas provas de 200 e 400 metros.

Matéria atualizada às 22h25min