| 05/09/2008 10h56min
O paratleta brasileiro Clodoaldo Silva se mostrou revoltado com a troca de classe para as provas de natação dos Jogos Paraolímpicos de Pequim. Após receber a confirmação do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) de que competiria na classe S5, na madrugada desta quinta, o nadador reclamou do amadorismo da entidade e da pouca influência do Brasil em assuntos políticos.
O IPC justificou a mudança de Clodoaldo da classe S4 para a S5 para disputar as Paraolimpíadas de Pequim por acreditar em uma evolução de movimentos do brasileiro. Agora, o para-atleta nacional competirá com atletas menos incapacitados, que podem mover os membros inferiores.
– É o momento mais difícil não só da minha carreira, mas da minha vida. Eu já esperava por essa decisão porque, infelizmente, o Brasil não tem muita força política nesses momentos – lamentou Clodoaldo, que recentemente havia garantido que a única evolução que teve desde os Jogos de Atenas-2004, quando competiu nas classe S4, foi técnica, e não física. – O problema é que, enquanto a natação paraolimpíca vem se profissionalizando, o Comitê Internacional parece que está se tornando amador. Na Europa uma situação como essa não acontece – desabafou.
Insatisfeito, Clodoaldo abdicou de competir as suas duas provas principais: os 50m e os 100m livre, das quais é recordista mundial na classe S4. Mesmo acreditando que teria condições de vencer mesmo na classe S5.
– Eu poderia muito bem nadar e ganhar essas duas provas, mas não vou fazer isso. Ainda que eu respeite o IPC, vou nadar apenas os 50m costas como protesto. Perdi a motivação de disputar essa Paraolimpíada – disparou.
A pouca animação que resta ao brasileiro é a disputa dos revezamentos 4x50m livre e medley. Isso porque ele não quer decepcionar os companheiros.
– Talvez a minha única motivação seja esses revezamentos, porque nunca deixei ou deixarei meus companheiros na mão – finalizou.
IPC: Quem não ganha não incomoda
Clodoaldo lembrou o último diálogo que teve com a banca da entidade na avaliação desta quinta. Ele contou ao site Globoesporte.com que perguntou aos avaliadores se teria de se submeter à troca de classe se não fosse tão vencedor e ouviu a seguinte resposta:
– Não, porque um atleta que está na categoria errada, mas não está ganhando, não incomoda ninguém.
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