| 31/08/2008 21h29min
Fatos como a inauguração do estádio Aderbal Ramos da Silva em novembro de 1983, o título estadual de 1988 e a conquista da série C em 1998, fazem parte da lista dos momentos mais marcantes nos 85 anos de história do Avaí Futebol Clube, comemorados nesta segunda-feira, dia 1º de setembro. Mas outros fatos, que às vezes vão além das quatro linhas e revelam o lado pitoresco do clube da Ressacada, merecem ser lembrados nesta data, assim como jogadores que fizeram história com a camisa do Leão da Ilha.
Hino, conquistas e excursões
O Avaí entrou na década de 70 amargando um jejum de títulos e de fatos - há poucos registros sobre o período entre 1945, ano da goleada de 21 a 3 sobre o Paula Ramos, e o início dos anos 70. O jejum começou a ser quebrado por partes. Primeiro, em 1971, o ex-presidente avaiano Fernando Bastos e o compositor ilhéu Luiz Henrique Rosa, já falecido, se juntaram para compor o hino oficial do Avaí, com a intenção de traduzir em letra e música o espírito do Leão em campo e o que representava torcer pelo time. Dois anos depois, foi a vez do jejum de títulos ser quebrado, 28 anos depois. O Avaí venceu a fase final do Catarinense, com quatro pontos à frente do segundo colocado, o Juventus, de Rio do Sul, e a sete do rival Figueirense, que ficou em terceiro lugar. A conquista do título garantiu ao Avaí sua primeira participação no Campeonato Nacional, disputado em 1974, e boa parte do time campeão em 1973 levantou a taça também em 1975.
Ainda em 1973, o então governador Colombo Salles doou para o Avaí o campo Adolfo Konder, que mais tarde seria trocado pelo terreno onde hoje está o estádio da Ressacada. Também naquele ano, o Avaí fez sua primeira excursão internacional com jogos no Uruguai (empate em 3 a 3 com o Peñarol) e na Argentina (empate em 3 a 3 com o Velez Sarsfield e empate em 2 a 2 com o Argentino Juniors). Em 1974, o Avaí voltaria à Argentina para a disputa do torneio Taça Atlântida, em Rosário. Desta vez, derrota para o Newll's Old Boys por 3 a 0. Em 1976, o Avaí fez as malas novamente e embarcou para sua maior excursão internacional com jogos em quatro países: México, El Salvador, Costa Rica e Chile. Na bagagem de volta, o saldo de 3 vitórias, 4 empates e 1 derrota.
Quando o "Avaí faz coisa"
Quem vê a atual campanha do Avaí na série B do Brasileirão, com 90% de chance de subir para a série A, segundo os matemáticos, segurando jogadores importantes no elenco, não imagina as dificuldades que o clube já enfrentou até em seus momentos de maior glória nos seus 85 anos de existência. Em 1988, por exemplo, quando conquistou o primeiro título estadual na Ressacada, após 13 anos de jejum, o Avaí havia começado o ano desacreditado. Na apresentação do elenco, apenas seis jogadores apareceram. Os demais, que eram remanescentes do ano anterior, condicionaram sua volta ao pagamento de salários atrasados - um cenário pouco animador, bem diferente da festa após a vitória sobre o Blumenau por 2 a 1 na fase final do Catarinense daquele ano.
Em outra conquista, a da Copa Santa Catarina de 1995, novamente um momento especial na história do clube, nem tanto pela importância da competição, mas pelas circunstâncias em que o título foi alcançado. O Avaí disputou a final contra o Joinville, em Joinville, com o estádio lotado e com a torcida já “cantando vitória”, crente na superioridade do time da casa. O Avaí, por sua vez, tinha um time formado em sua maioria por jogadores da base e passava por dificuldades financeiras a ponto da refeição feita antes da partida ter se resumido a sanduíches. Mesmo assim, e com toda a pressão da torcida do JEC, vitória do Avaí por 3 a 1, reafirmando mais uma vez a máxima que diz que “esse Avaí faz coisa”.
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