| 27/08/2008 19h53min
Milhares de torcedores e uma festa que parou as ruas de São Paulo receberam, nesta quarta, a seleção feminina de vôlei, campeã olímpica em Pequim. Jogadoras e comissão técnica desfilaram em carro do Corpo de Bombeiros pelas ruas da cidade e foram recompensadas com o carinho dos paulistas, que prestigiaram as campeãs olímpicas.
Campeão olímpico com a seleção masculina em 1992, o técnico José Roberto Guimarães se tornou o primeiro treinador a conquistar também uma medalha de ouro olímpica dirigindo uma seleção feminina. O treinador não escondeu a satisfação com a campanha da equipe, que venceu todas as oito partidas que disputou e perdeu apenas um set.
— Foi uma campanha irrepreensível. Sinceramente, não esperávamos estes números. Mas eles são fruto de todo trabalho e comprometimento destas jogadoras. Passamos por uma grande decepção com a eliminação nas semifinais dos Jogos de Atenas, em 2004, mas mostramos força para recomeçar o trabalho. Não podemos nos esquecer de todos que nos apóiam desde aquele momento. Nossa maior virtude foi ter um grande número de opções no momento certo — disse José Roberto.
Os Jogos Olímpicos de Pequim foram os últimos da levantadora Fofão, de 38 anos. A atleta sai da seleção brasileira com três medalhas olímpicas (ela também foi bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000).
— Não sei como vou acordar agora sem fazer parte desta família. Foram anos e anos de felicidade e agora finalmente estamos conseguindo colher os frutos de todo trabalho. Foram muitos anos dedicados ao voleibol. Agora chegou a hora de dizer adeus e dar espaço para as outras que estão chegando. Guardarei na memória cada momento que tive com estas meninas. Isso nuca irá se apagar — revela.
Zé Roberto destacou a participação de sua levantadora nos Jogos Olímpicos e comentou que a equipe deverá manter a mesma base para o próximo ciclo olímpico.
— Diria que todas as jogadoras foram o coração e o pulmão da equipe, mas a Fofão foi a alma. Uma mudança de levantadora é sempre complicada pela importância da posição, mas temos tudo para manter os bons resultados. O grupo é jovem e grande parte dele seguirá na equipe nos próximos anos — analisa.
Eleita a melhor jogadora dos Jogos Olímpicos, a ponteira Paula Pequeno era só alegria com a medalha de ouro olímpica.
— Ainda não entendi muito bem o que é ser uma campeã olímpica. Mais do que as partes técnica e tática, esse grupo é campeão pelo senso de ajuda, pelo espírito de equipe e por tudo que uma faz pela outra. Venho de um momento muito difícil, dos Jogos de Atenas (quando ficou fora por uma lesão), e de lá para cá muita coisa mudou. Estou aqui hoje graças à minha família, ao meu marido e à minha filha. Sempre lembrarei com orgulho deste grupo. Somos uma grande família — comenta.
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