| 08/07/2008 10h34min
Unir as trajetórias de Daniel Dantas e Naji Nahas é o efeito mais emblemático da operação Satiagraha. Até então, Nahas detinha o título de maior vilão dos negócios do país, graças a uma condenação provisória a 24 anos de prisão por conta da manipulação do mercado de ações em 1989. A Polícia Federal atribuiu a ele um "megacontato" que proporcionava informações sigilosas sobre as decisões do Federal Reserve, o banco central dos EUA.
Clique no gráfico abaixo para ver matérias, comentário da colunista Rosane de Oliveira e como foi a Operação Satiagraha:
Herdeiro de uma rica família libanesa, Nahas aterrissou no Brasil em 1969 com US$ 50 milhões -
na época, uma fortuna. O pouso já foi acidentado: o vôo chegou a ser
seqüestrado e levado a Cuba. Com capital próprio e ousadia incomum no incipiente mercado de capitais do país, em menos de uma década havia multiplicado seu patrimônio e se tornado um dos maiores compradores mundiais de prata.
Além da capacidade de arquitetar astutas fórmulas de ganhar dinheiro, Nahas e Dantas têm pouco em comum. O brasileiro de origem libanesa sempre gostou de ostentar e não hesitava em pagar jantares regados a vinhos preciosos.
Nos anos 80, ainda sob a égide do regime militar, era recebido com freqüência no Palácio do Planalto. Para aplicar na bolsa, fazia empréstimos em bancos e movimentava o pregão comprando e vendendo por meio de laranjas, elevando as cotações dos papéis. Quando a fonte secou, provocou uma quebra monumental na Bolsa do Rio. Apesar da pena em instância inferior, Nahas foi declarado inocente em 2004 pela Justiça Federal do Rio e pôde até voltar a operar no mercado. Mais do que absolver Nahas de crimes contra o sistema financeiro e a
economia popular, a
instância superior decidiu que o delito sequer havia existido.
— Perdi os melhores anos da minha vida enfrentando um processo kafkiano — queixou-se à época.
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