| 02/06/2008 12h12min
O Brasil de Pelotas realizou pré-temporada a poucos quilômetros de um dos seus adversários no Grupo 16 da Série C do Brasileirão. A equipe gaúcha passou praticamente duas semanas instalada no balneário Barra do Sul, em Santa Catarina. E o Estado vizinho ao Rio Grande do Sul tem um representante no mesmo grupo 16 da competição: o Metropolitano, de Blumenau.
A repórter Paola Loewe, do Jornal de Santa Catarina - veículo da RBS em Blumenau - foi conferir o desempenho do futuro rival do Metropolitano, mas encontrou dificuldades para "espionar" o adversário. Confira a reportagem do Jornal de Santa Catarina sobre o Brasil-Pe:
Espionamos o Xavante
O Brasil de Pelotas pode ter escolhido um lugar distante de casa - e da torcida - para fazer a pré-temporada, mas o refúgio não fica tão longe assim de Blumenau. O adversário do Metropolitano na estréia da Série
C do Brasileiro, dia 6 de julho, está em Boca da Barra, uma praia no finalzinho de
Balnerário Barra do Sul, região Norte do Estado.
O Santa foi até o local na última quinta-feira e constatou: o Xavante quer, ou pelo menos está tentando, esconder o jogo. A entrevista com o técnico Itamar Schulle, ex-Metrô, foi agendada no dia anterior, mas ele não foi ao treino. Aliás, praticamente não houve treino. O grupo descansava no Hotel Bandeirantes, já pensando no amistoso que teria à tarde, contra o Atlético-PR, em Curitiba.
É claro que em nenhum momento o jogo-treino foi confirmado. Ao contrário. Schulle e o preparador físico Gamarra fizeram questão de negar a informação, entre um cochicho e outro.
- À tarde vamos fazer um coletivo, o primeiro trabalho com bola. O primeiro amistoso deve ser domingo, contra um selecionado amador de Jaraguá do Sul - disse o técnico.
Ao chegar, a reportagem já suspeitava da viagem, sem saber que o destino era o Paraná. Bastou uma conversa com o preparador de goleiros Alex Oliveira para saber o motivo de tão poucos jogadores treinando.
- Esses vieram porque não viajam. Quem vai para o jogo ficou no hotel - explicou.
Ao lado do preparador físico Gamarra (que além de desmentir a informação, sugeriu ao colega que adotasse o silêncio), Alex auxiliava na atividade preparada para quem ficaria em Barra do Sul. Mesmo assim, o mesmo questionamento foi repetido ao treinador, mais tarde, no hotel. A resposta foi mais uma tentativa de despiste.
- Alguns não participaram por causa da carga de trabalho. Uns estão sentindo cansaço. Foi opção do preparador físico - afirmou.
Até o motorista entrou na conversa.
- Eu, que sou motorista, não estou sabendo de viagem alguma.
Um dos jogadores, no entanto, admitiu: o Xavante iria, sim, fazer um amistoso, no CT do Atlético, mas queria evitar a espionagem.
- Não conta isso, heim! Dá tempo do pessoal do Metropolitano ir até Curitiba - pediu, antes do meio-dia (o jogo estava marcado para as 15h30min).
Mais tarde, a delegação embarcou mesmo. Estava explicada a conversa do treinador, antes do almoço, em uma sala reservada do hotel, com direito a vídeo e quadro para explicar o esquema tático. O Santa, claro, foi barrado. Schulle permitiu um registro fotográfico, rápido, enquanto aguardava a chegada de todos os jogadores. Em Curitiba, 19 entraram em campo. Depois de tanto mistério, o teste ficou no 0 a 0.
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