| 03/05/2008 17h33min
A partida que define o campeão do Catarinense será um confronto de gigantes do gol. Zé Carlos, pelo lado do Criciúma, e Wílson, do Figueirense, foram as muralhas deste Estadual que deram segurança aos times, evitando os gols adversários.
O saldo do esforço e do talento de ambos os goleiros deixou o Tigre com um total de 29 gols sofridos e o Figueira com 31, em 22 rodadas de turno e returno, além do primeiro jogo da final.
Zé Carlos e Wílson atuaram na maioria das partidas deste Estadual. Com indiscutível titularidade, os jogadores se tornaram ícones das suas respectivas equipes, além de sinônimos de liderança e respeito entre os colegas.
Boa parte da pressão desta decisão está sob os dois jogadores. Se Wílson não tomar nenhum gol, o Figueira é campeão. Já Zé Carlos, não só tem o dever de fechar o gol do Tigre, como precisa que o time anote pelo menos um gol.
No caso de vitória do Criciúma no tempo normal e empate dos times na prorrogação, a definição vai para a cobrança de pênaltis. Aí, então, uma queda para o lado certo pode garantir o título almejado pelas equipes.
Cria da casa que defende e marca
José Carlos dos Anjos Sávio, ou Zé Carlos, nasceu em Criciúma (SC) e se criou nas categorias de base do time.Com 1m83cm e 68kg, o jogador de 23 anos tem uma característica marcante: o direcionamento da bola. Muitas vezes, ao invés do chutão nas cobranças de tiro-de-meta, ele prefere mirar e colocar, com bola alta no meio ou nas alas, na tentativa de adiantar a armação das jogadas. Nem sempre a estratégia dá certo, mas quando funciona, acelera o ataque do Criciúma e contribui para o esquema ofensivo, que deve ser utilizado neste domingo.
Se no gol Zé Carlos mostra suas garras, é na cobrança de bola parada que ele prepara o bote do Tigre. O jogador foi o principal destaque de um treinamento específico de cobranças de falta realizado na última quinta-feira. Em 15 cobranças feitas por Zé Carlos, 10 foram certeiras.
Em uma destas situações de bola certeira, o arqueiro fez o gol da vitória contra o Guarani, aos 39 minutos do segundo tempo, pela penúltima rodada do returno. O jogo, vencido por 3 a 2, era decisivo para a chegada do Tigre à última rodada com a vantagem do empate diante do Avaí, fato que levou o time à conquista da vaga na fase final da competição.
O talento duplo do goleiro será fundamental em todas as etapas desta decisão. Isso porque só a vitória interessa ao Criciúma no tempo normal. E se tiver bola parada na intermediária, a zaga alvinegra que se cuide.
Pressão para não tomar gols
Criado nas categorias de base do Flamengo, o goleiro Wílson, do Figueirense, foi um dos trunfos do time neste Estadual. Com 24 anos, o jogador virou referência para o grupo. Além de garantir vitórias alvinegras apertadas por apenas um gol de diferença, como no último domingo, contra o Criciúma, Wílson é um ótimo líder da defesa.
Constantemente, ele está atento coordenando o posicionamento da zaga e chamando a atenção dos jogadores. O reflexo e a aptidão física do goleiro, que tem 1m85cm e 79kg, também garantem eficiência nas bolas aéreas, que por diversas vezes neste Estadual a zaga deixou passar.
A pressão sob Wílson não é pouca para esta partida decisiva. Afinal, se o goleiro estiver uma muralha como foi no último domingo e não levar gols no tempo normal, é só comemorar, pois o Figueirense sagra-se campeão e Wílson conquista o seu primeiro título estadual da carreira.
O goleiro faz questão de deixar claro que a muralha não é feita apenas por ele, vem de um trabalho de equipe que começa na linha de frente, com a marcação em campo. A pressão para não tomar gols, portanto, é para toda a equipe alvinegra, que deve jogar defensiva, atuando como um furacão no contra-ataque.
Goleiros Zé Carlos, do Tigre, e Wílson, do Figueira
Foto:
Montagem sobre fotos de Flávio Neves e Ulisses Job
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