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 | 17/11/2009 07h36min

Luxemburgo: "Não é antiético receber uma proposta de trabalho"

Técnico escreve em seu blog sobre os treinadores que mudam de clube

Nem mesmo Wanderley Luxemburgo parece tentar fazer mistério sobre o seu futuro e o Inter. Em seu blog, o técnico postou ontem um comentário com o título: “Amadurecimento”. No texto de 24 linhas, ele afirma que o profissional que troca de clube não pode ser criticado. Lembrou a sua saída do Palmeiras para o Santos, a de Muricy, do São Paulo para o Palmeiras, e a de Autuori do Grêmio para o Al-Rayyan.

"É bom sempre ressaltar que não é imoral e nem antiético você escutar e receber uma proposta de trabalho, fato esse que é uma realidade em qualquer profissão e principalmente no futebol e no meio de comunicação", escreveu o treinador.

Luxemburgo relembra sua saída do Santos em 1999 e afirma:

"Fico feliz de hoje ver essa relação ser rompida conscientemente e sem nenhum tipo de critica contundente, muito menos chamando algum profissional de mercenário. (...) Me alegra muito e me conforta ter participado ativamente do amadurecimento dessa relação".

Sobre o jogo contra o Inter, no último domingo, saudou a entrega do time em campo, e a boa resposta física após a exaustiva viagem ao México:

"Por pouco não conseguimos um resultado melhor".

Confira a íntegra do texto:

Amadurecimento

Já se passaram mais de 10 anos quando sabedor dos meus direitos e tendo consciência de minha posição no futebol, exerci a cláusula legal do contrato e rompi esse contrato, pagando a devida multa com o Santos, uma vez que existiam divergências no que havia sido previamente combinado. Na época fui excessivamente criticado e taxado de mercenário, com muitos me atirando moedas e me considerando o pior caráter possível.

A única diferença que envolve a nossa profissão em relação às outras é a da parcela de emoção envolvida. É por isso que se deve ter bom senso, sensibilidade e o momento certo para que se exerça qualquer cláusula do contrato. Na realidade, em algumas vezes tanto por parte do clube como pelo profissional de futebol, isso acaba não acontecendo.

É bom sempre ressaltar que não é imoral e nem antiético você escutar e receber uma proposta de trabalho, fato esse que é uma realidade em qualquer profissão e principalmente no futebol e no meio de comunicação.

Ao longo deste percurso, alguns clubes exerceram também esta cláusula, me despedindo e pagando a devida indenização, assim como também voltei a exercer esse direito.

Fico feliz de hoje ver essa relação ser rompida conscientemente e sem nenhum tipo de critica contundente, muito menos chamando algum profissional de mercenário. Aconteceram vários casos recentemente como as saídas do Muricy, a minha e, a mais recente, do Paulo Autuori no Grêmio.

Não sou melhor que ninguém e nem me julgo infalível, pois tenho meus defeitos e que não são poucos, mas me alegra muito e me conforta ter participado ativamente do amadurecimento dessa relação.

A derrota

Perdemos para o Internacional, mas fica pelo menos o conforto pela luta e entrega da equipe em campo. Mesmo com o desgaste que tivemos na viagem ao México, a equipe respondeu muito bem fisicamente em campo e por pouco que não conseguimos um resultado melhor.

No próximo domingo na Vila, contra o Coritiba, estaremos prontos e seguros e mais inteiros para lutar por uma grande vitória. É isso que espero e conto com o nosso torcedor.

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