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 | 02/11/2009 08h55min

Dicas da Cidade do Cabo: hotel com cara de boate e restaurante de cardápio gigante

Protea Fire & Ice pede que os hóspedes baguncem, enquanto o Beluga tem menu de 175 páginas

Leandro Behs, enviado especial à África do Sul  |  leandro.behs@zerohora.com.br

A querida Fernanda Zaffari que me perdoe, mas, desde a África do Sul, invadirei o Estilo. É que nesse domingo conheci dois lugares muito legais aqui, na Cidade do Cabo. E queria compartilhar com vocês a dica de um hotel e de um restaurante descoladíssimos - para quem for à Copa de 2010 ou mesmo em outro período.

Primeiro, o hotel. Trata-se do Protea Fire & Ice. O proprietário decidiu fazer uma hospedagem para jovens, com menos de 30 anos (balzaquianos e balzaquianas não são proibidos de entrar!). Comprou um prédio antigo, na área central da cidade, reformou-o, e transformou-o em um hotel com cara de boate.

Na entrada do prédio, o um buggy estilizado apresenta o clima do local. Logo no lobby, o check in é feito em um balcão de bar. Ao lado, no escritório do gerente, um aviso em letras garrafais manda um recado direto aos hóspedes, demonstrando o espírito da casa: "please, disturb" (por favor, bagunce). Ainda no primeiro piso do hotel, um enorme bar oferece bebidinhas durante 24 horas. Há vários lounges distribuídos pelo andar, divididos em pequenos boxes, separados por cortinas negras e com monitores de LCD nas paredes, dão um clima intimista ao local.

Mais adiante, novas surpresas. O salão de café da manhã conta com uma mesa comprida, ao estilo castelo medieval, além de mesinhas para duas pessoas, nos cantos. Ao lado delas, um longo aquário acompanha o desjejum dos privilegiados. Carpas coloridas observam os hóspedes tomando café. Na sjanelas, roupas estendidas em um varal de mentirinha dão o toque caseiro ao lugar.

Os banheiros e a sala de fumantes são fantásticas. Entre os seis sanitários, um deles mostra um casal nu, cobertos apenas por tapa-sexos. Sempre que o usuário tentar descobrir o que há por trás do artefato, uma sirene toca em alto som, e todos ficam sabendo sobre a curiosidade do hóspede. Tudo não passa de uma grande brincadeira. Ah, os fumantes. A eles é dedicada um ala com caixões em vez de bancos. No teto, uma enorme foto mostra um padre rezando pelo corpo do morto por câncer de pulmão, enquanto os amigos choram a passagem.

Os elevadores foram transformados em jaula contra tubarões. A ideia é que o sujeito entre no elevador e sinta-se amedrontado pelo peixão dos dentes grandes.

Nos quartos, o box, transparente, fica ao lado da cama. Para aqueles que têm intimidade. Ao lado da porta, botões luminosos indicam se o companheiro de quarto pode ou não entrar. Se está azul, pode. Se pisca em vermelho, é melhor voltar mais tarde. O tapete preto, com línguas de fogo no chão, e tons escuros nas paredes aumentam a ideia de festa que a própria cidade deseja manter.

Só a diária é um tanto salgada: US$ 450. A boa notícia é que este será também o preço das acomodações durante a Copa do Mundo, pena que o Brasil não ficará sediado na Cidade do Cabo. De qualquer maneira, vale a dica.

No Beluga

Restaurante com ares de descolada sofisticação, o Beluga (nome de uma espécie de baleia) foi criado onde anos atrás se localizava um armazém de cereais. No menu, cozinha sul-africana e internacional. O cardápio impressiona pelo esmero com que as bonitas 175 páginas (sim, o cardápio parece um livro a ser vendido na Praça da Alfândega) foram elaboradas.

A melhor parte: um jantar com entrada, prato principal, vinho nacional, sobremesa e cafezinho custa em média US$ 40.

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