| 02/11/2009 08h44min
Não pense, caro porto-alegrense, que a instituição do brique é exclusividade nossa. O domingo na Cidade do Cabo, na África do Sul, também é feito de diversos briques. Nos 50 quilômetros que separam a área central da Cidade do Cabo do Cabo da Boa Esperança (aquele mesmo descoberto por Bartolomeu Dias e, mais tarde, superado por Vasco da Gama, que o contornou e encontrou o caminho das Índias), há pelo menos 10 flea markets.
O mais legal deles é o de Hout Bay. É lá, ao lado das embarcações que levam turistas para ver as focas tomando sol nas rochas, que os artesãos mostram seu trabalho. Destaque total para os incríveis ovos de avestruzes pintados à mão. Custam em média US$ 10, e têm jeitão de obra de arte.
No curso da M 64 (a estrada municipal que leva ao Cabo da Boa Esperança), é possível avistar o pátio das casas dos sul-africanos. A maioria aproveita o dia de sol e de folga para um braai, a versão local para o churrasco. É feito na grelha, com costelas de porco, de cordeiro, com frango e lagosta.
Babuínos, pinguins e galinha de Angola
Mas o inusitado ainda estava por vir. Da mata, babuínos descem em busca de comida. Sabem que os humanos param suas estranhas naves para alimentá-los na estrada. Uma família de macacos parou a rodovia. Lá estavam eles, o macho (que é o líder do bando e tem por tarefa apenas reproduzir e evitar que rivais tentem roubar o seu harém), suas fêmeas e seus filhotes, todos esperando pela merenda. O jeito era contornar no acostamento para evitar o atropelamento dos símios.
Superados os babuínos, rumamos para a Boa Esperança. Um parque nacional preserva a história dos portugueses, os primeiros a chegarem (e se desinteressarem) à África do Sul. Lá, além de ver o que se aprende nos bancos escolares, visitamos Boulders, a versão sul-africana do projeto tamar, só que com pinguins em vez de tartarugas. Trazidos até aqui por causa da água fria desta parte do Atlântico, as aves param nas praias africanas para descansar e dar à luz os filhotes. Seus inimigos: os tubarões brancos, figurinhas fáceis na região.
O curioso é que para a segurança do local não são utilizados cães furiosos, mas, sim, uma simples galinha de Angola. Assim que o visitante chega ao local, ela começa a fazer uma gritaria que é impossível até ao mais desatento vigia não perceber que há turistas desembarcando no Boulders.
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