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 | 16/09/2009 05h30min

A esquizofrênica tese que sugere Sandro na reserva

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

 Diego Vara




 


A primeira vez foi com Alex. Depois, Nilmar. Alex, de goleador do time na temporada, passou a ser um obstáculo para o rendimento correto do time. Taison, que pedia passagem, era o parceiro ideal de Nilmar, em vez de um atacante improvisado. Como D'Alessandro não podia ser reserva, que se condenasse Alex à guilhotina.

Um libelo da esquizofrenia: o goleador, cobrador de faltas, elogiado em todo o país, multicampeão, camisa 10, convocado, vira problema e alvo de críticas da noite para o dia. Depois, Nilmar. Nem era preciso lamentar tanto assim a sua provável saída, já que o time andava viciado em trabalhar apenas em função dele. Uma dependência que precisava terminar — era a tese surpreendente.

Está acontecendo igualzinho com Sandro (E,acima). Antes ele desarmava sem fazer falta, chegava à frente e tinha a elegância de Falcão. Bastou vestir a camiseta da Seleção e pronto: de uma hora para outra, tornou-se arrogante, não marca mais ninguém e o esquema só funciona se ele virar reserva. Tem algo errado aí.

Pode ser só coincidência, mas Alex e Nilmar foram negociados depois das convocações. Parece que as críticas saem do próprio Beira-Rio, como se destinadas a preparar a torcida para a saída do jogador em questão logo ali adiante. Não são críticas oficiais, alardeadas em entrevistas. Mas é um comentário aqui, outro ali, no pátio do estádio, no vestiário após a partida. Em seguida, tais críticas influenciam e-mails, interativas e, quando se vê, só falta a torcida vaiar quem antes era aplaudido e considerado incontestável.

No caso de Sandro, é ainda mais inexplicável. O volante nem tinha entrado em campo após o retorno da Seleção e já estava apanhando, por conta de uma entrevista interpretada como prova inequívoca de salto alto.

Sandro disse que voltava para jogar. Vamos combinar: qual jogador retorna da Seleção e cogita ser reserva no clube? Pode até ser que o silêncio fosse a melhor resposta, mas o amarraram no pelourinho. Uma demasia.Contra o Cruzeiro, Sandro não foi bem. Ele e quase o time inteiro. Só o goleiro Lauro salvou-se. Mas é fato: Sandro não se repetiu em desarmes, passes certos e antecipações. Mas daí a contestar a sua titularidade, tratando um jogador de Seleção como problema para o acerto do meio-campo é demais.

Em várias partidas, quando o próprio Magrão passava por um momento ruim, Sandro segurou as pontas do setor. E, não raro, marcando por dois. É injusto condená-lo por um jogo apenas, esquecendo todo o histórico anterior.

Sandro é titular. A menos que já esteja vendido para o Tottenham e as vozes dos bastidores do Beira-Rio estejam preparando os colorados para mais uma perda, como aconteceu com Alex e Nilmar. Se for isso mesmo, trata-se de uma tática esquizofrênica. E prejudicial ao time, ao jogador e ao clube.



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