| 15/09/2009 05h30min
Paulo Dias, divulgação
Quem ouviu com atenção o recado do ministro dos Esportes, Orlando Silva (foto), que passou a tarde em Porto Alegre ontem, há de ter percebido. Terminou a brincadeira. A Fifa quer ver obras. De estádios, de ruas, de metrôs, de ampliação de aeroportos, este um ponto fundamental para a realização da Copa de 2014 no Brasil, já que somos um país de longas distâncias, sem malha ferroviária e com estradas de manutenção duvidosa. Maquetes, fóruns, audiências públicas, encontros, debates, nada
disso sensibilizará mais os inspetores da Fifa quando eles retornarem ao Brasil.
O ministro avisou. Conversou com
inspetores da Fifa e eles confirmaram. Se as obras dos estádios não começarem até março, o Brasil vai perder duas sedes. Das 12 escolhidas, sobrarão 10.
A pedido da CBF, para contemplar questões políticas e regionais de um território imenso, a Fifa concedeu duas cidades a mais. A ideia original sempre foi 10 municípios, mas a entidade máxima do futebol permitiu 12 em um gesto de boa vontade ao Brasil, terra do futebol pentacampeão. Então, foi aquela festa no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife e Salvador. Todas as regiões contempladas, sorrisos de satisfação do Oiapoque ao Chuí. Mas a Fifa dá e cobra. Na próxima inspeção, será preciso mais ação e menos conversa.
Orlando Silva, estrela principal do III Fórum Legislativo da Copa de 2014 em Porto Alegre, deixou claro que a capital gaúcha não corre riscos.
Citou o início da
colocação dos pilares de sustentação da cobertura metálica no
Beira-Rio como prova de que, ao menos no caso gaúcho, o prazo da Fifa para estádios está sendo cumprido. O Governo Federal promete isentar de impostos as obras de ampliação dos estádios particulares, casos de Inter, Atlético-PR e São Paulo. Mas este é o menor dos problemas.
O preocupante são as arenas que precisam ser erguidas do nada, sendo que estão precisamente neste estágio — o nada. O ministro acena com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para acelerar as obras, já que até março a Fifa quer ver ao menos a pedra fundamental enterrada no chão. Mas que garantias receberá o BNDES para emprestar dinheiro público?
O certo é que, antes da liberação dos recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras de infraestrutura e mobilidade urbana (só para aeroportos são R$ 2,5 bilhões previstos), as cidades precisarão apresentar ao menos algum tráfego de tratores e guindastes nas áreas das futuras arenas.
Do contrário, logo, logo
teremos problemas com Fifa.
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