| 17/06/2009 07h50min
Uma família esperou o Inter em São Paulo. Não uma família qualquer. Edvaldo Boramelli e os quatro filhos são colorados, assistem a todos os jogos e jamais pisaram no Beira-Rio. Aliás, só conhecem Porto Alegre por foto.
A paixão vermelha vem de longe. Em 1976, o paulistano Edvaldo, então com nove anos, ouviu do pai uma ordem:
— Torça para qualquer time, menos para o Corinthians.
Em vez de seguir o coração do "seu" Waldemar, torcedor do São Paulo, Edvaldo se encantou com a atuação do Inter na semifinal do Brasileirão daquele ano, em que Escurinho e Falcão tabelaram de cabeça até o volante fazer com a ponta do pé o gol que colocaria o time na final do campeonato. A lei decretada pelo pai proibia o Corinthians, não falava nada sobre times de fora.
Edvaldo jamais torceu por outro time que não fosse o Inter. E passou seu amor
pelo time para os filhos. Yan, 15 anos, Iller, 12,
Guilherme, sete, e Gabriela, seis, são colorados até a medula. O quinteto não perde jogo do time na TV. Quando é em São Paulo, Edvaldo e o primogênito vão ao estádio. Cumprem os 42 quilômetros desde Arujá, onde moram, até São Paulo. Os dois já estão com ingressos garantidos para a final de hoje à noite.
— Quando o jogo é pela TV, monto meu Beira-Rio em casa. Tenho bandeiras, camisetas, tudo do Inter — conta Edvaldo.
Por enquanto, os planos de ir ao Beira-Rio não constam no horizonte da família. As férias são normalmente passadas em Natal, onde reside a sogra de Edvaldo. Mas eles alimentam o sonho de um dia estar no Beira-Rio lotado, empurrando o time no grito desde a geral e entoando os cânticos da Popular.
— Quando vejo pela TV chego a me arrepiar. A gente sempre fica se perguntando sobre como seria ver a partida ao vivo. Um dia eu vou! — promete o empresário do ramo de software.
A paixão deslocada da familia rende algumas
situações inusitadas. Os colegas de aula de Yan não
compreendem como um paulista pode ser tão fanático por um time de longe. E sem qualquer vínculo com os gaúchos. Na final da Libertadores, em 2006, Edvaldo e os filhos foram minoria dentro da própria casa. Boa parte da famíia resolveu seguir "seu" Waldemar e adotou o São Paulo como time do coração.
— Eles diziam que o São Paulo era copeiro e venceria fácil. Sofremos, mas fomos campeões. Nossa Senhora, me arrepio só de lembrar — lembra Edvaldo.
A trupe colorada de Arujá ganhará reforço em seguida. A mulher de Evaldo espera para breve a chegada de Maria Sophia. Será a quinta filha do casal. Alguém tem dúvida de que ela será colorada?
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O quinteto não perde jogo do time na TV. Quando a partida é em São Paulo Quando é em São Paulo, Edvaldo e o primogênito vão ao estádio
Foto:
Leonardo Oliveira
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