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 | 15/06/2009 21h30min

Sócios terão de disputar um lugar no Beira-Rio em grandes finais

Procura por ingressos para decisão da Copa do Brasil revela nova tendência

Márcio Ramos Luiz  |  marcio.luiz@rbsonline.com.br

É bom o torcedor do Inter se acostumar. Assistir a uma final no Beira-Rio agora é um privilégio dos sócios do clube. E de apenas uma parte deles. Foi assim na Copa Sul-Americana de 2008, contra o Estudiantes, e será assim na Copa do Brasil, dia 1º de julho, contra o Corinthians. Os ingressos colocados à venda para a decisão nesta segunda-feira se esgotaram em poucas horas.

Com capacidade para cerca de 55 mil pessoas, o Beira-Rio ficou pequeno para os mais de 95 mil sócios do clube. Destes, cerca de 35 mil são da modalidade patrimonial, com direito a um lugar no estádio. Tirando os ingressos reservados à torcida visitante e às autoridades, apenas 12 mil vão para as bilheterias para serem disputados pelos sócios da modalidade Campeão do Mundo. Assim, nem chegam ao torcedor comum.

O torcedor Adriano Frauches, 38 anos, é um dos milhares de sócios que ficaram sem um ingresso para o segundo jogo da decisão. Antes de ir para a fila no Beira-Rio, ele tentou durante toda a manhã adquirir uma entrada pela internet, mas o grande número de acessos simultâneos causou problemas no site que vendia os bilhetes.

Decidido a ver a final, Adriano foi com pressa para o Beira-Rio. Chegou ao estádio por volta das 12h disposto a ficar horas na fila. Mas desistiu uma hora depois, quando funcionários do Inter anunciaram no pátio que não havia mais ingressos. Em casa, ele já estava se conformando em ver o jogo pela TV quando leu na internet uma notícia dizendo que ainda havia bilhetes à venda.

– Eles mentiram. Avisaram que não tinha mais ingressos e fui embora. Se soubesse que tinha, teria ficado na fila – lamentou.

Segundo o vice-presidente de marketing do Inter, Jorge Avancini, não há muito o que o clube possa fazer. Para ele, o futebol está caminhando para se tornar um espetáculo cada vez mais concorrido, como um show da Madonna ou uma apresentação do Cirque Du Soleil. E isso vai exigir que o torcedor mude seu comportamento em relação à compra de ingressos.

– O torcedor vai ter de mudar seus hábitos de consumo. O futebol deixou de ser aquele espetáculo que você chega na hora, compra o ingresso e entra. Vai ser como é o teatro ou um show de rock, você vai ter de comprar o ingresso com antecedência. As pessoas compraram os ingressos para ver o Cirque Du Soleil em Porto Alegre com um ano de antecedência – exemplificou.

Avancini não teme que a dificuldade para adquirir ingressos para jogos importantes acabe prejudicando o crescimento do quadro social do Inter. Segundo o dirigente, a prioridade na compra dos bilhetes é apenas uma das inúmeras vantagens oferecidas ao associado. Mas admite que o clube buscará alternativas para o problema. Uma delas será o sócio que tem direito ao ingresso comunicar o clube quando não vai usufruir dele. Assim, mais ingressos poderão ser disponibilizados.

 
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