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 | 25/02/2002 19h08min

Papa anuncia terça-feira a data de canonização de Madre Paulina

Os moradores da pequena e simpática cidade catarinense de Nova Trento, município de colonização italiana localizado no Vale do Rio Tijucas, acordarão mais cedo nesta terça-feira, dia 26, para esperar notícias do Vaticano. É que provavelmente ainda pela manhã o Papa João Paulo II deve anunciar, durante reunião com os cardeais, a data e o local em que Madre Paulina, a filha mais ilustre de Nova Trento, será finalmente canonizada. Ela passa, assim, a integrar a honrosa relação dos santos católicos.

Madre Paulina não nasceu em Nova Trento, mas para a comunidade do bairro de Vigolo e para os católicos de toda a cidade é como se ela fosse filha legítima da terra. Mudou-se com os pais e os irmãos mais velhos para Nova Trento quando tinha nove anos de idade, e foi lá, junto aos parentes e amigos, que viu aflorar sua vocação religiosa. Os pais de Madre Paulina eram agricultores, provenientes da pequena comunidade rural de Vigolo Vattaro, na região de Trento, e emigraram para o Brasil junto com outras famílias italianas, em busca de melhores condições de vida. Ao chegar a Santa Catarina, em 1875, os colonos receberam terras. Entre eles, Antonio Visintainer e Ana Pianezzer, os pais de Amábile Lúcia Visintainer, nome de batismo de Madre Paulina.

Os parentes da madre ainda moram no mesmo bairro, nas redondezas do complexo religioso que leva o nome da futura santa brasileira (foto). A vida por lá pouco mudou. Os Visintainer e os Pianezzer continuam tirando da terra seu sustento, e transformando uva em vinho cuja qualidade é reconhecida em todo o país.

Um dos mais entusiasmados com a futura canonização de Madre Paulina é seu sobrinho Alexandre Visintainer, de 85 anos. Ele é filho de Manoel Visintainer, um dos irmãos mais jovens de Madre Paulina. Apesar da idade avançada, Alexandre diz lembrar com perfeição o rosto de Madre Paulina. Ele tinha 25 anos quando a religiosa morreu. Suas lembranças, entretanto, são ainda mais antigas:

– Eu era um gurizote e lembro que ia até a casa da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição visitar Madre Paulina, quando ela vinha de São Paulo, onde morava. Só que naquele tempo a gente não podia ficar muito perto das freiras. Aí, a gente tinha que acenar de longe para ela.

 Alexandre, viúvo há 11 anos e pai de 14 filhos, diz que passará o dia em frente à televisão, porque quer ser um dos primeiros a escutar a notícia da canonização:

– Não pode existir orgulho maior do que ter uma santa na família – encerra, comovido.

Saiba mais sobre a vida da religiosa

VIVIANE BEVILACQUA / DIÁRIO CATARINENSE
Roberto Scola / DC


Foto:  Roberto Scola  /  DC


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