| 01/11/2005 07h33min
Diferentemente do que havia sinalizado no final de semana, a oposição reagiu ontem com cautela à denúncia de que a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria recebido dinheiro de Cuba. O pedido imediato de impeachment foi descartado e, mais uma vez, foi evitada a convocação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pelas CPIs em curso.
A providência tomada foi protocolar requerimentos na CPI dos Bingos para a convocação de Rogério Buratti e Éder Eustáquio Soares Macedo, citados em reportagem da revista Veja. O depoimento de Vladimir Poleto, ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, que teria confirmado a história, já estava marcado.
A CPI dos Bingos investiga as denúncias de irregularidades em Ribeirão Preto quando era ocupada por Palocci. A oposição vai aguardar os depoimentos na CPI para estudar representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o PT por ter recebido, supostamente, doação de recursos de outro país. A pena seria a cassação do registro do partido, mas o suposto crime eleitoral já prescreveu.
– É preciso cautela porque essa é uma denúncia muito grave, não posso ser leviano – afirmou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que assumirá a presidência do partido no dia 18.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que agora não é o melhor momento para a discussão sobre impeachment de Lula. Até o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que tem adotado um tom mais agressivo, não defendeu o afastamento do presidente:
– Impeachment demora um ano ou mais, é o tempo que ele tem para terminar o mandato, e também é um remédio constitucional extremo.
O senador tucano, porém, sinalizou que pode tentar complicar a vida de Palocci:
– De novo há pessoas da confiança dele envolvidas em denúncias.
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