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Sem ter obtido do Fundo Monetário Internacional (FMI) um gesto mais claro de apoio e pressionado pela previsível escalada do dólar na reabertura do mercado de câmbio nesta segunda-feira, o governo argentino enviou seu ministro da Economia aos Estados Unidos. Na terça-feira, quando o comportamento do dólar no primeiro dia de vigência da livre flutuação já for conhecido, o ministro Jorge Remes Lenicov tentará convencer as autoridades do Fundo a estender a mão à Argentina.
Nas últimas horas da sexta-feira, dia 8, o presidente Eduardo Duhalde começou a remover um dos fortes obstáculos a um acordo com o FMI, ao assinar decreto que autoriza “as gestões e ações necessárias” à reestruturação da dívida externa, cuja moratória foi declarada pelo país em dezembro. Representantes do Fundo deixaram claro anteriormente que o reinício das negociações com os credores externos era uma das condições fundamentais para o acordo, além de um programa “completo e sustentável”.
A reabertura dos bancos e a implantação do câmbio livre, nesta segunda-feira, são outras medidas necessárias para a Argentina caminhar na análise dos representantes do FMI. O plano econômico e o projeto de orçamento apresentados na última semana têm pontos inaceitáveis pelo FMI, mas certamente negociáveis.
Junto com a adoção de novas medidas simpáticas ao Fundo e aos Estados Unidos, a Argentina encaminhou na sexta-feira, por seu embaixador em Washington, Guillermo González, dramático apelo para que o governo norte-americano apóie efetivamente o país, incentivando o FMI para um pacote de ajuda.
A crise argentina é tema de discussão também em Ottawa, Canadá, neste fim de semana, na reunião do G-7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, mas uma fonte oficial canadense informou que um apoio mais efetivo à Argentina não deve ser decidido agora. Obrigado a tomar medidas como a liberação do câmbio sem ter cacife suficiente para sustentar as cotações – embora as afirmações oficiais de que dispõe de US$ 14 bilhões, mais do que suficiente para comprar todos os pesos em circulação – o governo prevê não apenas uma semana, mas meses de turbulência.
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