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A situação da Argentina volta a se complicar. O programa econômico exigido para obter o apoio externo não foi bem recebido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e nos Estados Unidos manifestam-se dúvidas sobre se o governo do presidente Eduardo Duhalde tem apoio suficiente para adotar as severas medidas de ajuste. Declarações do governador justicialista Néstor Kirchner, da província de Santa Cruz, contestando nesta quinta-feira, dia 7, a legitimidade do atual presidente e pedindo eleições diretas neste ano, confirmam esses temores.
E surgem notícias – desmentidas pelo chefe supremo do Exército, tenente-general Ricardo Brinzoni – de articulações para possibilitar um golpe militar, enquanto os juízes da Corte Suprema de Justiça sentam no banco dos réus.
Apesar de se manter oficialmente em silêncio, o Fundo Monetário Internacional (FMI) manifestou ao governo argentino sua oposição a várias das medidas econômicas anunciadas, como o orçamento de 2002 e a pesificação das dívidas na proporção de um peso por US$ 1. Para o FMI, os cortes orçamentários serão insuficientes e no Exterior há certeza de que o país não conseguirá cumprir a meta de déficit público de 3 bilhões de pesos.
A pesificação não foi aprovada porque, enquanto as dívidas em dólar foram transformadas em pesos na proporção de um por um, a conversão dos depósitos usa a cotação de 1,40 peso por dólar. Mesmo que os bancos sejam compensados pelo governo com títulos públicos, essa conversão desproporcional deverá enfraquecer mais o já fragilizado sistema financeiro argentino, que sofre com a falta de liquidez no país. Estes dois pontos do pacote não teriam sido aprovadas pelo Fundo na reunião com representantes do governo argentino, na semana passada. Como foram adotados pela Argentina mesmo assim, o FMI decidiu manter silêncio.
Além disso, a vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, telefonou para o governo argentino informando que se recusa a marcar a data para a viagem de membros da equipe econômica a Washington com o objetivo de negociar o valor do empréstimo do Fundo. Quarta-feira, o ministro Jorge Remes Lenicov (Economia) disse que o Fundo deveria ter dado "uma resposta mais contundente" aos esforços argentinos, em vez de manter silêncio.
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