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 | 15/10/2005 15h01min

Americanos pedem que EUA importe remédios contra gripe aviária

Governo enfrenta pressão de grupos de consumidores

Grupos de defesa do consumidor intensificaram as pressões para que o governo dos Estados Unidos permita a importação de remédios contra a gripe aviária diante do aumento do medo de uma mortal pandemia da doença.

O governo deveria permitir importações de versões genéricas de remédios já patenteados como o Tamiflu, do laboratório suíço Roche, com o objetivo de preparar o país para enfrentar o mal, disse o grupo Consumer Project on Technology.

Fontes do grupo ressaltaram que o Tamiflu é eficiente no combate ao vírus H5N1 da gripe aviária. Além disso, a indústria farmacêutica indiana disse ontem que pode produzir versões genéricas do medicamento para atender a demanda.

Em carta dirigida ao representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Portman, referiu-se indiretamente à falta de preparação para enfrentar uma catástrofe como a do fim de agosto por causa do furacão Katrina nos Estados de Louisiana, Mississippi e Alabama.

O governo dos EUA enfrentou pressões semelhantes depois dos atentados com a bactéria antraz, que deixaram cinco mortos, em 2001. Naquela ocasião, o então secretário de Saúde, Tommy Thompson, rejeitou autorizar a compra de versões genéricas do antibiótico Cipro, da alemã Bayer AG.

– Esta não é a última vez que vamos nos ver nesta mesma situação. Aconteceu nos últimos quatro anos – declarou James Love, diretor do Consumer Project on Technology.

No entanto, o pedido foi rejeitado pela indústria farmacêutica local, que afirma que a importação reduziria os incentivos para a pesquisa de vacinas e medicamentos com o objetivo de prevenir o que muitos setores consideram uma iminente crise de saúde.

– O trabalho que as empresas farmacêuticas dos EUA fazem é a maior esperança que existe para encontrar tratamentos adicionais e uma vacina contra a gripe aviária. Deveriam ser estabelecidas medidas políticas para promover estes esforços, não para desestimulá-los – disse Billy Tauzin, presidente do principal grupo de produção farmacêutica do país.

O medo de epidemia levou as autoridades americanas a organizarem na semana passada um encontro da Aliança Internacional contra a Gripe Aviária e Pandêmica, que reuniu em Washington representantes de mais de 80 países. Depois o presidente dos EUA, George W. Bush, reuniu-se com os mais altos funcionários das empresas farmacêuticas do país para pedir maior rapidez na pesquisa de vacinas e medicamentos contra a gripe aviária.

Bush disse que é cabível a possibilidade de recorrer às Forças Armadas do país para obrigar o respeito às quarentenas caso aconteçam focos isolados da gripe. Após essas declarações, o Departamento de Defesa anunciou que começaram os preparativos para o pior, com a acumulação de remédios e antivirais.

O secretário de Defesa assistente para assuntos sanitários dos Estados Unidos, William Winkenwerder, disse que existe grande preocupação com a possibilidade de "um foco maciço entre os humanos". De acordo com ele, os EUA desenvolvem uma vacina contra o tipo H5N1 do vírus e que o Pentágono já conta com cerca de 200 mil doses.

– No final de 2006, teremos dezenas de milhões de doses dessa vacina – afirmou.

AGÊNCIA EFE
 

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