| 19/09/2005 17h11min
O Tesouro Nacional captou R$ 3,4 bilhões em títulos no mercado internacional em sua inédita captação em reais. O valor é equivalente a R$ 1,5 bilhão. Os papéis têm vencimento em 2016 e terão taxa de 12,75% ao ano. Segundo informações do mercado, a demanda pelos papéis teria superado os US$ 7 bilhões. Com isso, a oferta inicial do Tesouro, que teria sido de US$ 500 milhões, foi elevada. Os líderes da operação foram os bancos JP Morgan e Goldman Sachs, que contaram também com a participação do Itaú.
Empresas privadas já realizaram emissão de títulos em reais, mas isso nunca foi feito pelo governo federal. A vantagem para o governo
de uma emissão desse tipo é ficar livre do risco cambial – ou de fortes oscilações na cotação do dólar – na hora de fazer o pagamento
da dívida.
A operação começou a ser estruturada na semana passada, quando o Tesouro decidiu que os bancos JP Morgan e Goldman Sachs
iriam liderar a emissão. Além disso, o Itaú foi escolhido como "co-manager" – figura pouco usada nas emissões brasileiras, mas que,
para o governo, pode agregar mais demanda à operação.
A emissão de títulos denominados em reais não significa que os investidores estrangeiros terão que comprar reais para adquirir os
papéis. No dia da liquidação da operação eles pagarão em dólares o equivalente aos títulos comprados. O mesmo irá ocorrer no
vencimento dos títulos – receberão em moeda estrangeira convertida pela cotação do dia. Para comprar os papéis é necessário residir
no exterior ou o pagamento deve ser feito com recursos de fora do país.
Quanto mais o governo emite títulos, mais cresce sua dívida externa. No entanto, ao trazer dólares do Exterior para pagar sua dívida, o
governo também protege as reservas internacionais do Banco Central, que servem como garantia aos investidores de que o país pagará
sua dívida em momentos de turbulência econômica internacional.
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