| 17/08/2005 11h01min
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, irá se reunir hoje com Bruno Daniel, irmão do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel, e com promotores, para definir a participação da Polícia Civil nas investigações sobre o caso.
– Vamos nos reunir, os promotores vão colocar o que eles têm de necessidade e, evidentemente, que a polícia de São Paulo vai atender com eqüidistância. Não é porque são partidos diferentes (que não vão atender ao pedido). A gente aqui age com profissionalismo – disse o secretário.
Segundo Abreu Filho, o pedido do encontro partiu de Bruno Daniel. A família o prefeito acreditaria que a entrada da polícia no caso poderia contribuir para acelerar as investigações. A atuação em conjunto da Polícia Civil e do Ministério Público (MP) nas investigações da morte do prefeito resultou em conflitos entre as duas partes. Celso Daniel foi seqüestrado e assassinado em janeiro de 2002. Seis meses depois, a Polícia Civil encerrou o caso. Na ocasião, seis homens foram responsabilizados pelo crime.
As investigações, no entanto, foram reabertas pelo Ministério Público, e a polícia convocada para auxiliar novamente no caso, mas os dois órgãos teriam novamente se desentendido.
– Sempre que a família pediu, foi atendida. E os promotores também. Pessoalmente, não vi nenhum problema de relacionamento (entre MP e a polícia). Parece que há um ou outro ali (desentendimento); você tem uma vaidade ou outra mal administrada – garantiu o secretário.
O Ministério Público acusa o empresário Sérgio Gomes da Silva de ser o mandante do crime. Daniel e Silva estavam juntos no carro quando o prefeito foi seqüestrado. Mas a promotoria não encerrou as investigações, já que aposta em pistas que podem levar à participação de outras pessoas. Para o MP, a morte de Daniel pode estar relacionada com o suposto esquema de corrupção que foi montado durante a gestão do prefeito, envolvendo a coleta de
propina na Administração Municipal
de Santo André. O esquema, segundo outro irmão do prefeito, João Francisco Daniel, serviria para financiar campanhas do PT. O dinheiro iria para o escritório do deputado federal José Dirceu. Tanto o partido quanto Dirceu negam as acusações.
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