A decisão da segunda e última vaga à Séria A do Campeonato Brasileiro deve ser encerrada nos tribunais da CBF. Isto porque parte da torcida do Figueirense invadiu os gramados do Estádio Orlando Scarpelli, sábado, interrompendo o jogo contra o Caxias aos 46 minutos do segundo tempo, quando a equipe catarinense vencia por 1 a 0, e ainda restavam dois minutos para serem jogados.

A partir das 11h desta segunda-feira, dirigentes do Caxias vão se reunir com o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Emídio Perondi, para definir uma estratégia que levará o clube grená à primeira divisão em 2002. A base da argumentação caxiense será o artigo 299 do Código Brasileiro Disciplinar do Futebol (CBDF), que prevê perda dos pontos, do mando de campo e da renda, além de multa, ao clube que provocar a interrupção de um jogo – incluindo atitudes da torcida. O Figueirense contra-ataca com o argumento de que o jogo havia terminado. Agora, tudo vai depender do que o árbitro paulista Alfredo Santos Loebling colocar na súmula.

Assim que o documento for entregue na CBF, será encaminhado ao presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter. Armando Marques também será acionado para agilizar o processo junto ao árbitro Loebling. A decisão, em primeira instância, deverá ser tomada por uma das três Comissões Disciplinares do STJD. Em casos desse tipo, a entidade não costuma expedir um ato administrativo.

O Caxias também aposta na campanha de moralização do futebol brasileiro – em andamento com as investigações conduzidas na CPI do Futebol – para ganhar a disputa no tapetão. Além disso, o clube argumenta que uma vitória do Figueirense vai criar jurisprudência para outras invasões. Sempre que for conveniente, dirigentes de clube poderão adotar o expediente em benefício próprio.

– A batalha pela vaga não será fácil. Vai ser muito disputado esse tapetão. Pode até acabar na Justiça comum – admite Perondi.