| 18/04/2005 08h13min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou nesta segunda, dia 18, em seu programa quinzenal de rádio Café com o Presidente, a importância da recente viagem a cinco países africanos com o objetivo de intensificar as relações políticas, comerciais e culturais com o continente. Lula acredita que, depois de ter dedicado os dois primeiros anos de seu mandato ao fortalecimento das relações com países da América do Sul, chegou a hora de o Brasil resgatar a dívida histórica que tem com os africanos.
– O papel do Brasil é ser solidário, porque eu acho que é uma dívida que nós temos, histórica, com a África. O Brasil pode ajudá-los porque nós temos história junto com eles. Porque nós temos mais tecnologia, somos mais ricos, temos mais indústria, mais conhecimento científico. Portanto, a gente pode ajudar muito mais esses países – ressaltou.
Lula disse que vai cobrar dos países desenvolvidos mais atenção sobre a África quando for participar, em julho deste ano, de reunião do G-8 na Escócia:
– Eu acho que lá é um bom momento de a gente discutir com os países qual política de desenvolvimento nós poderemos ter para ajudar a África. Um país sozinho não pode, mas muitos países juntos podem ajudar. Essa é a melhor forma de combater a pobreza.
O presidente disse que o Brasil pode oferecer à África parcerias para o combate à Aids, assim como exportar tecnologia e mão-de-obra ao continente africano. Segundo Lula, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pode contribuir de forma extraordinária com a agricultura africana, já que temos uma agricultura competitiva como qualquer país do mundo.
– Na questão da educação, a gente pode ajudar a formar enfermeiros, formar médicos, aumentar o número de bolsas de estudo. Especialistas nossos podem viajar mais para a África. A gente pode ajudar a combater a Aids. E eu acho que o Brasil pode convencer outros países a ajudá-los – afirmou.
Outro tema abordado no programa foi a homologação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, efetivada na última sexta. O desafio do governo federal é oferecer benefícios que garantam sustentabilidade aos índios que vivem na região. Na avaliação do presidente, o resgate da dívida com os indígenas vai muito além da homologação definitiva das terras.
– Não basta demarcar a área, não basta homologar. Uma vez homologada, uma vez demarcada, é preciso que a gente dê acesso a benefícios que todo ser humano tem que ter, acesso ao trabalho, ao conhecimento, à saúde, à alimentação, à educação. São coisas que nós temos que fazer – enfatizou.
Lula também afirmou que o governo federal vem conseguindo garantir esses benefícios à população brasileira, mas admitiu que o ritmo de implementação das medidas às vezes é mais lento do que a sua própria vontade:
– Estamos fazendo. Possivelmente, não no ritmo que nós mesmos desejamos fazer, mas no ritmo em que a gente pode fazer.
O presidente adiantou ainda que o governo federal vai continuar com o processo de demarcação de outras terras indígenas no país.
As informações são da Agência Brasil.
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