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 | 18/03/2005 17h45min

Embarques de soja no porto de Paranaguá crescem 100% no ano

Administração descarta possibilidade de intervenção federal para embarcar transgênicos

Os embarques de soja no porto paranaense de Paranaguá – principal corredor de grãos do país – duplicaram em relação ao ano passado. O movimento é atribuído ao escoamento repentino dos estoques restantes da safra velha e à chegada dos grãos da nova safra.

Produtores brasileiros embarcaram por Paranaguá 702.965 toneladas de soja em grão até 16 de março, um aumento de 100% frente ao volume embarcado na mesma época do ano passado, de 350.619 toneladas.         
                        
– Durante os primeiros meses da fase de escoamento do ano passado, a soja estava com preço e volume muito bons, mas no segundo semestre os preços caíram e produtores começaram a segurar – afirmou o diretor comercial e de operações do porto, Luiz Henrique Dividino.

Ele estima que de 2004 para 2005 ficaram armazenadas cerca de 3 milhões de toneladas para exportação. Produtores seguraram a soja esperando por uma recuperação nos preços, o que acabou ocorrendo, ainda que de forma parcial, recentemente. Dividino também afirmou que os embarques de soja no ano passado foram menores porque houve uma boa movimentação de milho, dividindo a capacidade de operação de Paranaguá.

O porto tem recebido diariamente 1,5 mil carretas, sendo 70% delas com soja em grão, 15% com farelo de soja e os outros 15% com milho.

– Não temos nenhuma fila no porto, o fluxo está bom. Não falta cargas nos armazéns, e os embarques nos navios estão fluindo normalmente.

O porto de Paranaguá exporta apenas soja convencional por uma determinação do governo do Estado, que declarou o principal porto de grãos do país como livre de organismos geneticamente modificados. No início deste mês a Câmara dos Deputados aprovou a Lei de Biossegurança, que regulamenta as safras e os alimentos trânsgênicos, assim como o uso comercial da soja modificada.

Questionado sobre a possibilidade de haver alguma intervenção federal no porto de Paranaguá para autorizar o escoamento da safra de soja transgênica no futuro, Dividino disse não acreditar.

– A discussão pode até ser jurídica, mas não de intervenção. Você vai intervir num lugar se não funcionar bem. Quando funciona bem, você não tem como intervir. Se você analisar a performance do porto nos últimos anos e as respostas que ele vem dando, seja no aspecto de investimento ou no de operação, elas desmascaram qualquer tentativa de questionar o que está sendo feito aqui.

As informações são da agência Reuters.

 

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