| 08/03/2005 13h42min
Além da queda no valor dos grãos enfrentada pelos produtores brasileiros na safra 2004/2005, a falta de infra-estrutura de transportes deverá ser mais um obstáculo ao escoamento da produção. Conforme estimativa da Conab divulgada nesta segunda, dia 7, o Brasil deve colher 123,4 milhões de toneladas de milho, soja, algodão, arroz, feijão e sorgo, número 3,6% maior que as 119,1 milhões de toneladas colhidas na safra anterior.
A infra-estrutura de transporte e armazenamento disponível não será suficiente para abrigar o maior volume a ser escoado. Esta dificuldade aliada à queda do dólar tende a prejudicar ainda mais a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. Outro foco de preocupações é a explosão dos transgênicos, avalia o professor do Centro de Logística da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Fleury. Estima-se que neste ano cerca de 20% da safra brasileira seja de grãos geneticamente modificados.
Conforme o especialista,
o Porto de Paranaguá, no
Paraná, responsável pelo transporte de 27% da produção nacional de soja, não poderá ser utilizado pelos produtores de transgênicos, já que o governo do Estado proibiu a embarcação de qualquer produto geneticamente modificado ao exterior. Muitas empresas terão de mudar a rota e encontrar outras alternativas para exportar a safra, o que poderá sobrecarregar os demais terminais, cujo acesso já é extremamente complicado.
Outro fato que agrava a situação é o acesso pela rodovia Regis Bittencourt, que liga o sul do país a São Paulo. Desde o final de janeiro a via está com um trecho interrompido devido a um deslizamento de terra. A aumento da distância e a dificuldade de tráfego pode provocar congestionamentos, elevando o preço do frete. O acesso pelo setor ferroviário, por sua vez, representa um gargalo cada vez maior para o país, já que ao invés de crescer, encolheu nos últimos anos devido à falta de investimentos.
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