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 | 11/02/2005 16h36min

Commodities mantêm em 2005 tendências de preços do final de 2004

Cotações da laranja e açúcar estão em alta

As cotações das principais commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no mercado internacional vêm mantendo no início de 2005 a tendência observada no segundo semestre de 2004. Segundo o pesquisador Nelson Batista Martin, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), isso corresponde à tendência de queda dos preços dos grãos (soja, milho e trigo) e de pequena recuperação do algodão, enquanto os mercados de açúcar, café e suco de laranja devem seguir com os preços elevados e com perspectivas de alta

De acordo com Martin, os efeitos da superssafra 2004/2005 dos países do hemisfério norte, especialmente a norte-americana de grãos, gerando elevação dos estoques internacionais, continuam pressionando as cotações do mercado de futuros desses produtos no curto prazo.

A quebra da safra de laranja da Flórida, da ordem de 35%, e as primeiras estimativas para a safra paulista, com tendência de queda, vêm reforçar a tendência de alta no mercado de Nova York das cotações de suco de laranja congelado e concentrado. Já a maior demanda internacional por açúcar, superando a oferta internacional, continua a pressionar as cotações do produto no mercado internacional, associado à entressafra do Centro-Sul brasileiro.

As estimativas da safra brasileira para o ano agrícola 2004/2005 indicam quebra de 20% na produção futura de café no país que, associada à menor safra na América Central e da Colômbia e à diminuição dos estoques nos países consumidores, vem pressionando fortemente as cotações do arábica na bolsa de Nova York. Ao mesmo tempo, as perspectivas da safra futura de robusta no Brasil e no Vietnã e da maior oferta deste último país no mercado internacional voltaram a reduzir as cotações do produto no mercado de Londres.

De acordo com a análise do pesquisador do IEA, a expectativa é de manutenção da tendência de alta das cotações do café arábica em Nova York e estabilidade para o robusta na bolsa de Londres nos próximos meses. As cotações da borracha natural, que estavam em queda no mercado internacional em dezembro, apresentaram leve recuperação em janeiro de 2005, com tendência indefinida. Porém com a valorização do real, continuarão a pressionar os preços recebidos pelos produtores brasileiros no primeiro semestre de 2005.

Por outro lado, a plena safra de boi em janeiro, associada ao período de férias, e a perda de velocidade nos embarques intensificaram a queda das cotações do boi no mercado futuro, gerando fortes quedas nas cotações do produto.

O real apresentou valorização da ordem de 19% desde junho de 2004. Como as commodities agrícolas exportadas são tomadoras de preço no mercado internacional, os agropecuaristas brasileiros estão sofrendo pesadas perdas, além das impostas pelas quedas nas cotações, principalmente pelo fato de os produtos que iniciaram a colheita terem sido plantados com insumos, em sua maioria importados, com câmbio da ordem de R$ 3 por dólar. Isto é, os produtores estão sofrendo perdas duplas, o que deverá impactar sua capacidade futura de arcar com seus compromissos financeiros e dispor de condições para iniciar o novo ano agrícola a partir de agosto deste ano.

As informações são do Instituto de Economia Agrícola.


 

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