| 11/03/2005 16h11min
Ao ser dada a partida no motor do trator BL 77, que a Valtra colocou em exibição na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, um cheiro de pastel frito impregna o ar. Um dos mais sofisticados produtos da empresa, o trator é 100% movido a biodiesel – no caso, uma mistura de restos de fritura de lanchonetes paulistas com 15% de álcool. Todos os tratores da montadora expostos na feira podem ser abastecidos com 5% de biodiesel sem qualquer modificação, mas o percentual de utilização desse combustível pode chegar aos 50% sem aumento de consumo ou queda de performance, garante o fabricante.
A Valtra investe no desenvolvimento dos motores movidos a biodiesel há pelo menos três anos, em parceria com a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), o Laboratório de Tecnologia Limpa (Ladetel) e outras entidades. A meta é produzir motores menos poluentes e com custos operacionais mais baixos para os produtores.
– O biodiesel é um combustível tão simples que o produtor até poderia fabricá-lo em casa – diz o gerente de marketing, Rogério Zanotto.
A receita, de fato, é simples, mas Zanotto lembra que, se não houver uma boa filtragem – difícil de se conseguir em condições domésticas – podem ocorrer problemas de entupimento ou desgaste de componentes.
O biodiesel pode ser extraído de qualquer tipo de óleo vegetal, como o de palma, de babaçu, de colza, de soja, de mamona e também de gordura animal, como a banha de porco. A gordura resultante de frituras em cozinhas industriais e redes de lanchonetes fast food também pode ser outra fonte do combustível, que reduz de 11% a 53% a emissão de monóxido de carbono na atmosfera.
As informações são de Zero Hora.
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