O PSDB deve ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma interpelação judicial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sigla também pediu abertura de processo por crime de responsabilidade na Câmara dos Deputados. Os tucanos querem apurar as possíveis denúncias de corrupção do governo Fernando Henrique Cardoso, que teriam sido acobertadas após a posse do petista.

– É inadmissível e inconseqüente que o presidente da República venha dizer, dois anos depois, que foi informado de suposta denúncia e não tomou providência imediata para apurá-la – critica o presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG).

Azeredo informou que a interpelação será entregue ao STF na segunda, dia 28. Nela, os tucanos pedirão que o petista esclareça as afirmações de que, "em nome da governabilidade do país", teria acobertado supostos crimes de corrupção ocorridos no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O senador classificou as palavras de Lula de "superficiais, sem sobriedade e incompatíveis com o exercício do mais alto cargo da nação".

Preparando-se para uma grande pressão, o Palácio do Planalto prepara uma verdadeira operação de defesa do presidente, o que inclui uma conversa com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), na próxima semana. O ministro da Articulação Política, Aldo Rebelo, deve ser o interlocutor junto à Casa.

Em discurso realizado na quinta no Espírito Santo, Lula afirmou ter orientado um dirigente de uma estatal, no início do governo, a não divulgar sinais de corrupção detectados no governo anterior. De acordo com petistas, este órgão seria o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

– Já esperávamos que o PSDB entrasse com processo na Câmara. Acho isso um exagero sobretudo pelo contexto em que aconteceu e pelas justificativas já apresentadas – disse o líder do PT no Senado, Delcidio Amaral (MS).

As informações são da agência Reuters.