Em reunião do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte realizada na última sexta, dia 18, em Goiânia, pecuaristas resolveram reduzir a venda de gado para grandes frigoríficos. O encontro, organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reuniu cerca de 2,3 mil produtores de gado de corte para discutir a redução de preços e formação de cartel pelos maiores abatedouros do país.

Durante a reunião os pecuaristas decidiram construir centrais de comercialização e frigoríficos em sistema de cooperativa. A ameaça de entrar com denúncia de formação de cartel contra os abatedouros no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá se concretizar ainda nesta semana.

Os produtores consideram ter conseguido provas para a denúncia depois que as principais indústrias enviaram, no fim de janeiro, tabelas unificando os preços, independente da região ou da empresa que estaria comprando o gado. Se condenados, os frigoríficos envolvidos poderão ser multados em até 30% de seu faturamento pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça.

Além de reduzir a oferta de carne para os frigoríficos ao menos pelos próximos 30 dias, os pecuaristas também resolveram criar um "banco de bois" em que os membros informarão data e quantidade de animais para abate. A negociação desse "banco de bois" será unificada.

Conforme o site do setor Beefpoint, o governo federal já foi contatado para que viabilize recursos para construção de frigoríficos com financiamento do BNDES. O ministro Roberto Rodrigues já teria prometido apoio à iniciativa.