| 17/02/2005 13h19min
Com as pastagens danificadas pela falta de chuva, produtores rurais já alimentam o gado com soja em Santo Ângelo, nas Missões do Rio Grande do Sul. A oleaginosa danificada pela estiagem está servindo para garantir a produção leiteira.
Há uma semana o agricultor Leandro Stochero, 31 anos, leva duas vezes por dia os 25 animais até uma lavoura que pouco se desenvolveu. Enquanto não chove, a aveia e o sorgo vão ser substituídos por uma plantação de três hectares de soja.
– Não temos mais o que dar para o gado, a pastagem secou – explica o produtor, observando que a prática já foi utilizada antes, há mais de cinco anos.
Sem aveia e sorgo e com os açudes baixos, as fêmeas reduziram a produção. Antes da estiagem, 10 vacas produziam cem litros de leite por dia. Hoje, são 70 litros. Em parte da lavoura da família Stochero a quebra na soja atinge 80%. Foram plantados 50 hectares. Mesmo sabendo que a oleaginosa não é o alimento ideal para o gado, Stochero não tem outra alternativa.
– A soja estufa o animal, pode matar, por isso deixamos que fiquem pouco tempo na lavoura.
Conforme o gerente do escritório da Emater em Santo Ângelo, Diomar Formenton, os agricultores já estão buscando informações no órgão sobre o uso da planta como pastagem. Segundo Formenton, a quebra nas lavoura de soja é de 52%, e a redução na produção leiteira é de 50%.
O gerente regional da Emater em Santa Rosa, Jorge Lunardi, alerta que, se o animal permanecer por muito tempo ao longo do dia pastando soja, poderá ficar doente. A leguminosa forma gases em parte do aparelho digestivo, que comprime órgãos internos e pode provocar morte por asfixia.
SILVANA DE CASTRO/ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.