| 28/01/2005 11h36min
O cardárpio da 5ª edição do Fórum Social Mundial é variado. Há churrasco feito por assadores vestidos a caráter, caipirinha orgânica e frutas nordestinas. As feiras e barracas para venda de alimentos e produtos artesanais estão esparramadas por toda a extensão do chamado território social mundial e viraram uma oportunidade de negócios para 300 produtores rurais e centenas de vendedores.
A logística de abastecimento priorizou a produção de pequenos agricultores e cooperativas e trouxe frutas do nordeste e biscoitos, pães e aguardente de assentamentos de reforma agrária e pequenas propriedades rurais gaúchas. Os organizadores ainda não têm estimativas sobre o volume de alimentos consumidos ou o montante de recursos movimentados, mas não escondem o entusiasmo.
– É a primeira vez que temos este sistema e já é um sucesso – disse Miguel Steffen, coordenador da Central de Abastecimento do Fórum.
Além dos produtos da economia solidária, entidades e movimentos sociais também aproveitam o evento para fazer caixa. O Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem um dos restaurantes mais concorridos da área, onde os próprios agricultores improvisam como cozinheiros, caixas e garçons.
O estabelecimento serve um arroz com carne típico da culinária gaúcha, salada de alface e feijão. O "carreteiro da reforma agrária" custa R$ 4 e todos os ingredientes são produzidos nos assentamentos de municípios da região metropolitana de Porto Alegre.
Em uma barraca bem menos estruturada no Acampamento da Juventude, a desempregada Geci dos Santos vende fatias de melancia.
– Nossa cooperativa tem 140 associados. Trabalhamos na montagem do acampamento e ficamos para vender melancia – explicou a desempregada.
Para ser coerente com a crítica aos grandes conglomerados econômicos, os organizadores orientaram os comerciantes a não vender refrigerantes e cervejas de marcas conhecidas. O alvo principal foi a Coca-Cola e a medida gerou uma discussão que ainda envolve vendedores e visitantes.
–Não foi uma orientação. Foi um acordo feito dentro do espírito do Fórum. Além disso, proporcionou uma negociação interessante no preço e estrutura – explicou Steffe.
Os comerciantes que acataram a orientação reclamam da concorrência dos ambulantes que não seguiram o preceito e continuam vendendo os produtos.
As informações são da agência Reuters.
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