| 18/03/2004 21h17min
Apesar de o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Nelson Nastás, ter assumido o compromisso de deixar o comando da entidade e de antecipar para maio as eleições ao cargo, o tenista Gustavo Kuerten anunciou nesta quinta, dia 18, por meio de sua assessoria de imprensa, que mantém a decisão de não representar o Brasil no confronto contra o Paraguai pela Copa Davis, entre os dias 9 e 11 de abril.
O brasileiro, que foi eliminado no último sábado em Indian Wells (EUA), segue treinando para a disputa do segundo Masters Series da temporada, o Nasdaq-100 Open (quadra rápida, premiação total de US$ 3,45 milhões), em Miami.
Nesta quarta, a CBT enviou um comunicado à imprensa no qual o presidente Nastás assume quatro compromissos: antecipar as eleições ao comando da entidade para maio (elas estavam programadas para dezembro); não ser candidato ao pleito; renunciar assim que for definida a eleição; e dar autonomia aos jogadores para escolherem a nova comissão técnica da Copa Davis.
Com as novas medidas, Nastás esperava que os jogadores voltassem atrás e defendessem o Brasil na Davis. Nesta quinta, a CBT oficializou na Justiça o compromisso assumido pelo dirigente.
A administração da CBT é o alvo das críticas de Guga. O estopim ocorreu quando a entidade trocou o capitão da equipe brasileira na Davis, no final de fevereiro. Saiu Ricardo Acioly e entrou o ex-tenista Jaime Oncins.
De malas prontas para os Estados Unidos, Guga, em protesto, anunciou no último dia 9 que não defenderia o Brasil, dando início a uma crise sem precedentes na história do tênis brasileiro. Na seqüência, os tenistas Flávio Saretta, Ricardo Mello e André Sá, além do próprio Oncins, também abandonaram a equipe.
O Movimento Tênis Brasil (MTB) – formado por nove federações e liderado pela entidade de Santa Catarina – está processando Nastás na Justiça por formação de quadrilha e falsidade
ideológica.
O MTB divulgou nesta quarta que o presidente da Federação Catarinense de Tênis, Jorge Lacerda Rosa, teria recebido por telefone uma proposta de Nastás pela aprovação "no escuro" das contas de 1999 a 2004 da CBT e de um estatuto falso em troca da renúncia ao cargo. A acusação foi negada pela CBT.
– O que propus inicialmente foi uma licença e a aceitação da criação de um colegiado, formado por cinco federações (três indicadas pela oposição e duas pela CBT), para administrar a entidade até a data da eleição – disse Nastás em comunicado.
A proposta foi rejeitada pela maioria das federações, e ficou definida a antecipação das eleições na confederação para o dia 15 de maio.
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