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O ex-tenista Jaime Oncins concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta, dia 10, na Academia Oncins Tênis, em São Paulo, onde explicou os motivos da sua decisão em deixar o cargo de capitão da equipe brasileira da Copa Davis.
Oncins anunciou sua saída após a desistência dos tenistas Gustavo Kuerten, Flávio Saretta e André Sá em defender o Brasil no confronto contra o Paraguai, entre os dias 9 e 11 de abril, na Costa do Sauípe, na Bahia. O duelo é válido pela primeira fase do Grupo Americano da Copa Davis. A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) ainda não se manifestou sobre a decisão de Oncins.
Leia abaixo a íntegra da nota oficial enviada à imprensa.
"Primeiro de tudo quero agradecer a presença de todos vocês. Desde que sai da Costa do Sauípe, no Brasil Open, e durante minhas várias conversas com os titulares da equipe da Davis, decidi que o melhor seria falar com a imprensa, após esclarecer todos os
pontos com os tenistas e a CBT. Tenho certeza que
não seria produtivo ficar oferecendo informações incompletas.
Quando fui convocado para a posição de capitão - quero deixar claro que quando fui convidado, o presidente (da CBT) Nelson Nastás me informou que já demitira Ricardo Acioly - descobri, logo na primeira conversa com os jogadores, que teria uma tarefa árdua pela frente. Desde o primeiro momento declarei que faria os meus maiores esforços para que o time entrasse em quadra pelo bem do Brasil. Nas conversas com o time, eles foram deixando claro uma série de assuntos, inclusive seus descontentamentos em relação à administração da CBT. Pelo meu lado, me comprometi junto a eles, que faria o meu maior esforço para que o Brasil voltasse a ter uma equipe unida e que manteria sempre um comportamento digno como capitão da equipe.
Desde então mantive inúmeras conversas com os três principais membros da equipe e, em especial, com Gustavo Kuerten, que foi durante anos meu companheiro de equipe em diversos confrontos e parceiro de duplas em inúmeras vitórias. Guga abriu seu coração sobre diversos aspectos de sua participação da Taça Davis e sinto, após essas conversas sobre assuntos tão difíceis e delicados, que nossa amizade e respeito mútuo, só fez aumentar.
Difícil para mim tem sido ler e ouvir matérias e declarações na mídia em geral. Algumas obviamente mal entendidas e outras poucas, claramente mal intencionadas. O que tem sido noticiado nos últimos dias é que o time brasileiro estaria boicotando o confronto contra o Paraguai, em função da substituição do técnico Ricardo Acioly e a minha indicação. Esse assunto, pelo menos para mim, é importante que fique claro, já que tenho uma carreira de 22 anos de serviços prestados junto ao tênis brasileiro, duas olimpíadas e só na Taça Davis tenho 37 participações e a honra de ter sido o único brasileiro a atuar em duas semifinais na Davis. É exatamente sobre esse mal entendido que gostaria que vocês ouvissem com atenção este trecho da declaração de Gustavo Kuerten.
Toca Tape
Quero também dizer que recebi, ontem à noite (terça-feira), um telefonema de Guga, já no aeroporto de São Paulo. Por isso, gostaria que vocês atentassem ao fato de Guga mencionar e, tenho a certeza, que não por acaso , a seguinte frase:
´A primeira coisa que eu fiz foi comunicar o Jaime, o nosso capitão, que eu acho que tem que existir um respeito e uma separação desse vínculo, que foi criado de dizer que o fato do Jaime ser o capitão ocasionou a minha decisão´.
Em nenhum momento, desde a minha indicação, ouvi uma palavra de Guga pleiteando a volta do antigo capitão. Ouvi e li sim, suas declarações sobre a maneira como a mudança foi realizada. Ou seja, sobre o contexto, não o conteúdo. Espero que suas declarações de ontem (terça-feira) tenham deixado isso ainda mais claro.
Tenho a certeza que durante todo este tempo agi como capitão, pois sempre me posicionei perante a equipe e sempre deixei bem claro que estaria com eles do começo ao fim.
Ficou claro e definido, desde as minhas primeiras conversas com os três principais tenistas do país, que agiríamos como um time, de um jeito ou de outro. Na segunda pela manhã, Guga me confirmou que não jogaria contra o Paraguai. André Sá me confirmou na segunda à noite. Com a definição de Flávio Saretta essa manhã, também posso enfim afirmar que entreguei hoje (quarta) pela manhã, ao presidente Nelson Nastás o cargo de capitão do time brasileiro. Como já disse anteriormente, a Taça Davis sempre foi e será muito importante para mim e é com tristeza, ao mesmo tempo em que com serena convicção, que tomei tal decisão. E tenho a mais absoluta convicção que um dia Gustavo Kuerten, Flávio Saretta e André Sá voltarão a defender o Brasil na Taça Davis, e espero eu, como ele mesmo falou, como seu capitão."
Jaime Oncins
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