Diversas categorias devem entrar em greve nas próximas semanas. A Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais decidiu mesta terça, dia 16, continuar com indicativo de greve para a segunda quinzena de abril. A coordenação representa cerca de 800 mil servidores. Os funcionários do Banco Central resolveram esperar as negociações para decidir se entram em greve ou não. De acordo com o presidente do Sindicato Nacional do Banco Central (Sinal), Sérgio Belsito, a paralisação em todo país só vai ocorrer se as negociações não forem satisfatórias.

Segundo a secretária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Denise Motta, até agora o governo não apresentou nenhuma proposta concreta de reajuste para o funcionalismo público, apenas indicativos. A proposta do governo deve ser divulgada na próxima quinta, dia 18, durante a Mesa Nacional de Negociação.

A principal reivindicação dos servidores públicos é a reestruturação da carreira. Muitas carreiras passaram de nível médio para superior, porém não houve reajuste nos salários, e a reestruturação corrigiria essas distorções. Além disso, algumas categorias tiveram reajuste e outras não. Motta explicou que a correção dessas distorções é o foco da proposta que deve ser apresentada pela CUT ao governo.

O secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que o governo só tem disponível R$ 1,5 bilhão para recomposição salarial em 2004, o que seria suficiente para um aumento linear de 2,67%.

Somente a reestruturação da Polícia Federal, que está em greve há oito dias, custaria aos cofres públicos cerca de R$ 600 milhões. A secretária da CUT disse que o orçamento disponível para o reajuste é muito pequeno. A Central quer um aumento linear de pelo menos 50% e mais a correção das distorções, mas, para isso, seria necessário mais R$ 1 bilhão.  As informações são da Agência Brasil.