Os arrozeiros gaúchos definiram em R$ 33 o preço mínimo de venda da saca de 50 quilos do produto com casca. Os orizicultores reivindicam ainda a liberação de R$ 250 milhões em Empréstimos do Governo Federal (EGF) para comercialização da produção. As posições foram defendidas nesta sexta-feira, dia 5, no município gaúcho de Santa Vitória do Palmar.

Os produtores participara de reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa gaúcha. O evento integra a programação do primeiro dia de atividades da 14ª Abertura da Colheita do Arroz.

Todas as lideranças do setor presentes no encontro foram unânimes em afirmar que não há a mínima condição de trabalhar com um valor abaixo de R$ 33. Os produtores argumentaram que os custos de produção aumentaram, alavancados principalmente pelo consumo de energia, manutenção do maquinário, consumo de adubo (avaliado em dólar) e impostos.

Segundo avaliação do presidente da Federarroz, Artur Albuquerque, a safra 2003-2004 foi normal.

– Sofremos perdas na lavoura e houve a necessidade de replantio – destacou.

A liderança projeta uma produtividade superior a 11,5 milhões de toneladas do cereal, contra um consumo interno de aproximadamente12,5 milhões de toneladas. A diferença entre oferta e demanda seria compensada com o arroz produzido nos países do Mercosul, como Uruguai, Argentina e Paraguai.

De acordo com o presidente do órgão técnico legislativo, deputado Jerônimo Goergen (PP), os pleitos dos arrozeiros integrarão um documento a ser entregue no próximo domingo ao ministro da agricultura, Roberto Rodrigues.

– A nossa expectativa é de que no domingo o ministro já anuncie alguma posição do governo – disse o Goergen.

Há ainda a expectativa de que Banrisul e Sicredi também aportem recursos, na ordem de R$ 50 milhões.

O Brasil é o 7º maior produtor e consumidor de arroz no mundo, só perdendo para os países asiáticos. O Rio Grande do Sul responde por cerca de 50% da produção nacional.