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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Anan, e os presidentes da França, Jacques Chirac, e do Chile, Ricardo Lagos, anunciaram nesta sexta, dia 30, que vão trabalhar juntos por uma aliança global de combate à fome e à pobreza.
Reunidos em Genebra, os líderes aprovaram a criação de um grupo técnico para estudar propostas de financiamento das ações para eliminar a desigualdade. Em comunicado conjunto, divulgado após a reunião, os quatro líderes convidam os chefes de estado mundiais a se unirem em torno dessa aliança.
Lula afirmou, em discurso na sede européia da ONU, que a fome é uma "arma de destruição em massa''. O presidente do Brasil ressaltou que a fome atinge um quarto da população mundial, matando 24 mil pessoas por dia e 11 crianças por minuto, "disseminando doenças, reduzindo a capacidade de trabalho dos adultos e de aprendizado das crianças''.
O presidente também
criticou o modelo econômico adotado nas
últimas décadas – que em sua visão só agravou as desigualdades sociais desafiando as lideranças globais a conjugar – estabilidade econômica e inclusão social.
Lula voltou a insistir que a saída é um sistema de comércio internacional mais justo, equilibrado e capaz de oferecer oportunidades de geração e distribuição de riquezas a todos que deles participam. Na reunião, segundo o presidente, todos concordaram que um multilateralismo político e econômico robusto é fundamental para nessa nova ordem internacional voltada para o desenvolvimento econômico com justiça social.
O documento elaborado pelos quatro líderes usa como mote de convocação um alerta do secretário-geral da ONU: "um mundo onde prevaleçam a privação, a fome, a doença e o desespero da pobreza não será um mundo em paz". Os objetivos acordados durante a Cúpula do Milênio, com prazos e metas mensuráveis, são, segundo eles, a espinha dorsal da luta contra a fome e a pobreza. A meta principal é reduzir
pela metade o número de
pessoas subnutridas no planeta até 2015.
Conforme a nota, a implementação das Metas de Desenvolvimento do Milênio pelos países-membros da ONU continua lenta e desigual, e um grande número de nações, especialmente na África e em países menos desenvolvidos, não alcançará os objetivos, apesar dos esforços internos, "a menos que receba recursos substanciais e apoio externos".
Entre as ações defendidas como importantes para o combate a desigualdade, estão o diálogo ampliado entre o G-8 e os países em desenvolvimento, a atuação do G-20 na construção de um sistema multilateral de comércio mais justo e parcerias com ONGs e empresas privadas.
Para financiar as ações sociais, o grupo técnico a ser formado por especialistas brasileiros e franceses vai estudar as várias propostas apresentadas até agora, entre elas, a formação de um mecanismo internacional de financiamento e a taxação de transações internacionais como a venda de armas e certas movimentações
financeiras.
O grupo apresentará
um relatório sobre fontes inovadoras de financiamento até setembro de 2004 como contribuição a trabalhos semelhantes que estão sendo realizados pela ONU e outros organismos.
Com informações da Agência Brasil e Reuters.
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