| 30/01/2004 15h32min
A candidatura do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2012 virou assunto de Estado para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele aproveitou sua visita à Suíça para fazer lobby pela cidade ao encontrar-se nesta sexta, dia 30, com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), na cidade de Lausanne.
– Vim aqui dizer para o presidente do COI do meu desejo de que as Olimpíadas de 2012 sejam realizadas no Rio de Janeiro. Agora nós vamos conversar com todas as pessoas com direito a voto – disse ele após visitar o Museu Olímpico, situado às margens do lago Lemman e almoçar com o presidente do COI, Jacques Rogge.
Lula foi ao local acompanhado pela primeira-dama, Marisa Letícia, pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e pelo ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz. O presidente do COI negou qualquer influência na decisão pela visita do presidente brasileiro.
– A decisão vai ser tomada por critérios técnicos e não por uma visita presidencial. As nove cidades candidatas têm chance, será uma briga difícil – disse ele.
Eles fizeram uma visita de 45 minutos ao museu, que conta com um uniforme da jogadora de vôlei de praia Jacqueline como parte do acervo. Antes disso, viram alguns equipamentos esportivos instalados no jardim, entre eles duas bolas de arremesso de peso, uma delas de sete quilos. Ao segurá-la, o presidente brincou:
– Se não fosse a minha bursite eu ia jogar.
Indagado se os problemas de segurança não poderiam prejudicar a candidatura da cidade, Lula disse que o Brasil é um país "que não tem nenhuma prática terrorista". E ressaltou:
– Nós vamos dar segurança da maneira mais tranquila possível.
De acordo com o ministro Agnelo Queiroz, toda a estrutura prevista para a Olimpíada, inclusive a da segurança, poderá ser testada durante os Jogos Pan-Americanos, que serão realizados no Rio de Janeiro em 2007. O presidente do COI negou-se a fazer comentários sobre o problema da violência, mas disse que a segurança é um dos critérios mais importantes na escolha final, aliado à qualidade dos recursos da cidade candidata.
Ele comentou, porém, que acha o Rio de Janeiro uma cidade "maravilhosa", um dos "ícones do mundo" e que não teve medo de circular pelas ruas quando esteve por lá. Competem com o Rio as cidades de Londres, Nova York, Paris, Madri, Leipzig (Alemanha), Havana, Moscou e Istambul. O próximo passo do processo ocorrerá no dia 18 de maio, quando sairá o resultado da estrutura técnica apresentada pelas cidades e alguma pode ser descartada.
Em caso de vitória do Rio de Janeiro, a parte esportiva do evento está orçada em US$ 2,05 bilhões, sendo que parte do dinheiro virá da iniciativa privada, outra do governo e a mais US$ 1,02 bilhão do COI. De acordo com a assessoria de imprensa do COB, a candidatura brasileira está orçada em US$ 23 milhões e, se vencer, deverão ser gastos outros US$ 4,76 bilhões no Rio de Janeiro com infra-estrutura.
Metade das atividades ficarão concentradas na Barra da Tijuca, num espaço de 26 quilômetros, e 90% dos locais para as competições seriam alcançados por transporte rodoviário e ferroviário.
– Nossa proposta é tida como uma das melhores pela crítica especializada – disse Queiroz.
E valorizou o esforço do presidente ao incluir a visita durante a programação de sua viagem à Índia e à Suíça.
– O gesto do governo brasileiro de defender as Olimpíadas com entusiasmo pesa muito numa decisão – afirmou.
As informações são da agência Reuters.
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